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'Viagem de onibus que era para durar 10h, chega a 24h', diz gerente sobre BR-364 no AC

Usuários apontam problemas em trecho entre Cruzeiro do Sul e Rio Branco.
'De 30% a 40% arrecadado é gasto com manutenção', diz gerente.

Taís NascimentoDo G1 AC
Donos de empresas de ônibus reclamam de prejuízos (Foto: Aline Nascimento/G1)Donos de empresas de ônibus reclamam de prejuízos (Foto: Taís Nascimento/G1)
Gerente de empresa de ônibus e passageiro de Cruzeiro do Sul, distante 648 quilômetros de Rio Branco, reclamam das condições de trafegabilidade da BR-364. A rodovia liga a segunda maior cidade do estado à capital. O gerente da empresa Petroacre, Tiago Birimba, diz que os gastos têm sido maiores nesse período de inverno devido à grande quantidade de buracos encontrados durante a viagem.
“Depois que começou o período do inverno, desde o mês de janeiro, nós temos enfrentado muitos problemas. De 30% a 40% do que a gente tem arrecadado é gasto com manutenção de ônibus,” destaca.
Gerente da empresa Petroacre, Tiago Birimba, diz que frota não é trocada devido às condições da BR-364 (Foto: Taís Nascimento/G1)
Gerente da empresa Petroacre, Tiago Birimba, diz
que frota não é trocada devido às condições
da BR-364 (Foto: Taís Nascimento/G1)
Birimba conta ainda que mesmo com os ônibus mais avançados e confortáveis, a estrada não dá suporte para que a viagem seja tranquila para os passageiros. Ele diz que a viagem está sendo bem mais demorada do que o normal.
“Não colocamos ônibus de melhor qualidade, porque a estrada não dá suporte. Já trocamos alguns, mas se formos colocar para rodar ônibus mais atuais, eletrônicos, com mais tecnologia, feitos para rodar no asfalto, eles não vão durar. A viagem era pra ser estimada em 10h, mas devido a má qualidade de tráfego ela está se cumprindo, às vezes em até 24h”, reclama.
A passageira Marliz de Negreiros da Silva, 63 anos, diz sentir medo de trafegar na BR-364, pois, segundo ela, os buracos causam grande impacto.
“A estrada está um perigo, é cada buraco. De Taraucá para cá [Cruzeiro do Sul] tem um canto que os buracos estão medonhos. Como pode, o governo dá dinheiro para o povo arrumar e eles fazem mal feito. É arriscado até alguém morrer. Esse negócio de BR, de rua, tem que ser um serviço bem feito. A gente não vai andar como macaco pulando de buraco em buraco”, reclama.
Marliz diz que mesmo com medo, ela precisa passar pela BR para comprar produtos com preço menor. “É perigoso por causa dos buracos, mas os produtos de Cruzeiro são gostosos e com preço menor", fala.
O motorista Simão Gomes de Abreu, 42 anos de idade, e 22 de profissão, diz que enfrenta o medo diariamente. Segundo ele, quando outro ônibus quebra ou atola há a necessidade de transportar os passageiros, fazendo com que assim, haja superlotação do transporte, tornando a viagem cada vez mais perigosa.
"O medo é um dos piores possíveis. Tenho 42 anos de idade e 22 de experiência, a empresa aciona os motoristas mais experientes. Às vezes saem três ônibus e só chega um, trazendo passageiros de outros dois. Além do perigo da estrada, os ônibus ficam superlotados e se torna mais perigoso ainda”, desabafa.
O motorista faz ainda um apelo aos responsáveis para que tenham mais atenção com a classe, pois, segundo ele, quando acontece um acidente a culpa recai sobre o condutor.
“A gente faz o máximo que pode, mas cada vez está se tornando mais difícil. O pior é que quando as coisas acontecem, sobra para o motorista. O responsável pela estrada deveria ter mais atenção com as condições da estrada, pois somos pais de família e precisamos dessa BR”, apela.
Em Rio Branco, o supervisor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Thiago Caetano, informou que o Dnit tem três contratos para o trecho entre Sena Madureira até o Liberdade. " É um dos piores trechos que assumimos em janeiro deste ano. E o contrato que temos é de manutenção e não construção. Estão sendo estudados contratos grandes, analisando projeto, mas demandam um certo tempo de estudo. A gente tem tentado se esforçar para manter o tráfego da BR", garante.

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