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Aluna Negra da BA passa em nove universidades dos EUA

Georgia Sampaio, de 19 anos, mora em Feira de Santana, na Bahia.
Estudante busca patrocínio para participar de evento em instituições.

Danutta RodriguesDo G1 BA
Geórgia Gabriela (Foto: Arquivo Pessoal)Georgia Gabriela foi aprovada em nove universidades norte-americanas (Foto: Arquivo Pessoal)
A estudante Geórgia Gabriela da Silva Sampaio, de 19 anos, selecionada em um programa da Universidade de Harvard em 2014 com uma pesquisa sobre endometriose, foi aprovada em nove universidades norte-americanas e terá até o dia 1º de maio para decidir em qual delas irá cursar o ensino superior. A jovem de Feira de Santana, cidade a 100 quilômetros de Salvador, ainda aguarda na lista de espera de outras duas instituições dos Estados Unidos.
De acordo com Georgia Gabriela, que pretende estudar engenharia biomédica, ainda este mês serão realizados eventos pelas universidades norte-americanas para que os estudantes conheçam melhor as instituições. Mas, com a falta de recursos para viajar, ela está em busca de patrocínio para participar. “Eu queria muito agora participar do evento que elas promovem em abril, mas eu estou procurando patrocínio para fazer a viagem para conhecer. Indo ou não, eu tenho que dar o retorno até primeiro de maio”, comenta.
As aprovações, que saíram em março, é o resultado de dedicação aos estudos e determinação. “Eu estudava das 8h às 19h voltada para essas provas. Lia livros, pesquisas. Me inscrevi em atividades extra-curriculares, que conta para aprovação. Em vez de música, ouvia palestras em inglês quando voltava para casa", relata.
A jovem foi aprovada nas universidades de Stanford University, Minerva, Duke University, Northeastern University, Middlebury College, Yale University, Columbia University, Dartmouth College e Barnard College. Na última segunda-feira (6), Georgia Gabriela já recebeu proposta de bolsa integral de uma das instituições estrangeiras durante entrevista por meio da internet.
“A maioria das entrevistas ocorre durante o processo de candidatura ainda. A Dartmouth College me ofereceu uma bolsa integral, que é uma bolsa de mérito, que não paga só o curso, como também outras coisas. Segunda-feira eu conversei com essa universidade e ainda vou conversar com outras, mas a maioria foi antes do resultado”, conta.
Geórgia Gabriela (Foto: Arquivo Pessoal)
A jovem esteve em Harvard, nos EUA, para
apresentar pesquisa  (Foto: Arquivo Pessoal)
Dedicação
O processo de candidatura da jovem começou em abril do ano passado. A primeira vez em que fez o processo para ser aprovada nas instituições foi no final de 2013, quando concluiu o ensino médio. Porém, alguns problemas de saúde impediram que a jovem alcançasse o objetivo naquele momento, o que não impediu a nova tentativa.

"Eu não dei 100% de mim naquele ano. Perdi a Unicamp. Eu tinha a vaga na UFRJ, mas aí resolvi para tentar de novo. Eu procurei meu antigo colégio e eles me ofereceram o ambiente da escola, o transporte de ida e volta, alimentação para ficar lá e pagaram as minhas taxas das provas, o que facilitou muito", relata. Georgia Gabriela se cadidatou em 15 instituições. No Brasil, a estudante passou na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ao ser perguntada sobre qual a motivação para estudar fora do país, Georgia Gabriela revela que o fato das instituições norte-americanas possibilitarem pesquisas individuais e criação de projetos durante a graduação foi determinante. Para ela, o valor da bolsa disponibilizada também é um dos fatores que vai pesar na hora em que escolher a universidade, pois a família não possui condições para custear a jovem no exterior.
Georgia Gabriela destaca que a conquista requer muito trabalho, mas valeu a pena. “A mensagem mais importante disso tudo é que não se pode desistir que coisas que pareçam estar além do alcance. É tentar alcançar o impossível, que só se mantém impossível quando não se tenta. Comecei a aprender inglês sozinha, com 12 anos, porque eu gostava de músicas em inglês. A pesquisa, por exemplo, me ajudou na candidatura. É possível fazer além do que é posto. Se permitir tentar, arriscar, ir além, não é fácil, requer muito trabalho, muito esforço, mas vale muito a pena”, conclui.
Geórgia Gabriela (Foto: Arquivo Pessoal)Em Harvard, Georgia Gabriela posou ao lado de Raíssa Muller, que também teve pesquisa selecionada em concurso (Foto: Arquivo Pessoal)

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