Site Cultural de Feijó

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História do Acre e Documentário sobre o Soldado da Borracha e 2º Guerra Mundial

Recebi, com satisfação, a notícia de que vocês se interessaram em conhecer melhor a história do nosso Acre através da palavra do Alexandre Oliveira, um grande amigo, um feijoense que ama a sua terra e não se cansa de divulgá-la. A história do Acre é uma das mais belas deste nosso imenso Brasil e foi construída a custa de muita luta pelos nossos antepassados. 

      Quando a gente começa a conhecer os fatos que levaram à conquista do Acre e da própria exploração da borracha é que nos apercebemos o quanto foi difícil à aventura daqueles que nos antecederam. Conhecer as nossas raízes é muito importante para nos entendermos como gente: as nossas qualidades, os nossos defeitos, pois é certo que nós não caímos do céu; nós somos aquilo que recebemos dos nossos pais e dos pais de nossos pais. Em verdade nós participamos de uma corrente que vai recebendo e transmitindo conhecimentos.

     Espero, sinceramente, que vocês a partir de agora passem a se interessar ainda mais pela nossa história. Não é difícil encontrar livros que tratam do tema. Parabéns e boa sorte todos! Um grande abraço do amigo
ARQUILAU DE CASTRO MELO. 

Feijó Acre 07.07.2015

De: Alexandre da Silva Oliveira
Hoje foi um dia muito especial para mim, motivo de tanta felicidade foi ter compartilhado o conhecimento com os alunos e professores da Escola Raimundo Augusto de Araújo onde cursei todo o ensino fundamental. Foi uma bela palestra sobre História do Acre utilizando os seguintes tópicos.

Ø  1º Clico da Borracha Durante quase meio século, de 1870 a 1920, ocorre o 1º ciclo da borracha, tornando a borracha da Amazônia em uma das mais importantes atividades econômicas do país.

Envolvendo cerca de 100 mil pessoas, em grande parte nordestinos retirantes das grandes secas da década de 1870, a exportação do látex amazônico chega a atingir médias anuais de 40 mil toneladas, enviadas para os Estados Unidos e para a Europa.  O Brasil se tornou o maior produtor de borracha. Os milhões de seringueiras nativas concentradas na Amazônia Ocidental, sobretudo nas áreas que viriam a constituir o estado do Acre, representam uma imensa fonte de goma elástica.

A borracha logo passou a ser o segundo produto da pauta de exportação brasileira somente perdendo para o café produzido no sudeste.  Belém e Manaus eram os centros de exportação dessa riqueza para os países da Europa e Estados Unidos.

Ø  2º Ciclo da Borracha (Batalha da Borracha – 1942/1945) Enfim se lembram de que o Acre existia. II Guerra Mundial Japão Invade a Malásia – 1942.
EUA Financia a reativação dos seringais da Amazônia, compra a produção de borracha até 1947.

O Brasil foi convocado a produzir borracha em grande quantidade por um período de 5 anos. A Amazônia precisava ser habitada. Assim é criado o SEMTA - Serviço de Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia.

O Nordeste foi mais uma vez o grande fornecedor de mão de obra para a produção da borracha.  Vieram para a Amazônia cerca de 50 mil ”soldados da borracha”, mais que o dobro de brasileiros (pracinhas) que foram para frente de guerra na Europa.

Ø  Mais Borracha Para Vitória! Capital e Financiamento
Foi criado o Banco de crédito da Borracha, com capital norte-americano e brasileiro, para reativar antigos seringais e criar novas zonas de produção, financiava e comprava a borracha produzida, exercendo um verdadeiro monopólio, de certo modo substituiu as casas Aviadoras, que nesse período tiveram papel secundário. Foi um sucesso como agente financiador.

Ø  Revolução Acriana: Plácido de Castro

Ø  Assinado em 17 de novembro de 1903, o Tratado de Petrópolis que anexava o Acre ao Brasil.
Ø  Brasil e Peru assinam em 1909 um Tratado estipulando as atuais fronteiras, tendo em conta os trabalhos da Comissão”.
Conclusão
A partir de 1945, com o fim da 2ª guerra, a produção da borracha do Acre entrou novamente em crise. Cerca de 20 mil seringueiros morreram trabalhando nos seringais. Nas trincheiras europeias, 450 “pracinhas” perderam a vida. 

Somente em 1988, é que o texto da Constituição prever aos “soldados da borracha” a concessão de dois salários mínimos mensais sem direito a 13º terceiro. Até hoje os “soldados da borracha” lutam para ter uma aposentadoria equivalente a dos pracinhas que foram para a Europa. 
Ø  Em seguida os Alunos assistiram um Documentário de 35 minutos - Mais Borracha Para Vitória, Com depoimentos das pessoas que conviveram naquela época, muitos alunos diziam que seus avós contavam algumas histórias semelhantes a que o documentário mostrava, e eles tiveram a oportunidade de assistir e fazer perguntas com interação e participação de professores. Para mim a maior satisfação foi ver o entusiasmo e a empolgação pelo conteúdo apresentado tanto por parte dos professores quando dos alunos. 


E com muito carinho que deixo meus agradecimentos:
 Ao grande amigo Arquilau de Castro Melo por ter apoiado a atividade em Feijó.

A Diretora Vanda Maria do Nascimento Aguiar e a todos o professores e alunos da Escola Raimundo Augusto de Araújo.
Ao amigo historiador Evilasio Cosmiro de Oliveira – Proprietário do site cultural de Feijó por sua participação e apoio na realização da palestra e apresentação do documentário.


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