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Escola com menor média no Enem 2014 tem apenas 6 inscritos neste ano

'Procuro falar com as pessoas que já fizeram a prova', diz candidata. 
Escola atende 120 alunos e possui sete professores.

Caio FulgêncioDo G1 AC
Escola Estadual Dr. Augusto Monteiro, na zona rural de Rio Branco, teve a menor média do Brasil no Enem 2014 (Foto: Caio Fulgêncio/G1)Escola Estadual Dr. Augusto Monteiro, na zona rural de Rio Branco, teve a menor média do Brasil no Enem 2014 (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
Somente seis estudantes da Escola Estadual Dr. Augusto Monteiro – que, entre mais de 15,6 mil instituições no país, teve a menor média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2014 – foram inscritos na edição deste ano. Eles cursam o segundo ano do ensino médio, uma vez que não há turma de concluintes. O colégio localiza-se após 14 km de uma estrada vicinal, na BR-364, na zona rural de Rio Branco e atende, ao todo, 120 estudantes – entre fundamental e médio - e possui sete professores, que trabalham de forma modular.
De acordo com dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), nesta quarta-feira (4), a escola teve média de 408,47 pontos nas provas objetivas, ficando cerca de 10 pontos abaixo do penúltimo lugar – a Escola Estadual João Ferreira da Fonseca, no município de Borba, no interior do Amazonas, que alcançou 418,92 de média. A escola acreana teve também a menor média na redação em todo o país – 186,67 pontos.
A estudante Thaynara do Nascimento, de 16 anos, vai prestar o exame e diz pretender uma vaga no curso de ciências biológicas na Universidade Federal do Acre (Ufac). Ela já estudou na zuna urbana e, atualmente, está na Augusto Monteiro. Para ela, o fato da escola ter tirado a menor média não amedronta. “Não tenho dificuldade nenhuma. Fui para a cidade este ano e pedi aos meus pais para voltar a estudar aqui. Acredito que depende muito do aprendizado que cada aluno tem”, diz.

Segundo a estudante, o aprendizado é o mesmo entre uma escola urbana e rural. Para manter-se atualizada, ela conta que usa jornais, televisão, revistas e internet. "Procuro conversar com as pessoas que já fizeram o Enem antes e também me informo pelos jornais, revistas, esse meios de comunicação", destaca.

Quem também vai fazer a Enem 2015 é o jovem João da Silva, de 18 anos, que pretende concorrer a uma vaga de engenharia civil. Ele confessa que o grande medo é a redação. "Vou ter que treinar bastante para chegar no dia e estar preparado, porque além de ser um temor, é preciso estudar bastante para tirar a melhor nota. Depende da escola, mas também muito do aluno", enfatiza.
Thiele Pereira, de 20 anos, não se inscreveu no exame este ano. Para frequentar as aulas, todos os dias, ela precisa levar o filho pequeno para a sala. Casada, ela ajuda o marido agricultor nos períodos que não está na escola.

"Minha dificuldade maior é o neném, que tenho que trazer. A gente aprende menos. Neste ano não me inscrevi, mas no próximo quero fazer e passar em direito, ser advogada. É um sonho de criança", acrescenta.

Enem 2014
Em entrevista ao G1, a diretora do colégio, Maria do Rosário, atribuiu o resultado no ano passadoao baixo número de inscritos e a forma com os dados são tabulados. Em 2014, primeiro ano que a escola participou do exame, a única turma de concluintes tinha 15 alunos. Desses, 14 foram inscritos e apenas 12 compareceram aos dois dias de prova. Somente dois obtiveram a nota mínima.

Thiele Pereira, de 20 anos, só vai fazer a prova em 2016. Ela diz maior dificuldade é ter levar o filho para as aulas (Foto: Caio Fulgêncio/G1)Thiele Pereira, de 20 anos, só vai fazer a prova em 2016. Ela diz maior dificuldade é ter levar o filho para as aulas (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

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