'Policial tinha que dar exemplo', diz irmã de segurança morto por PM
Homicídio ocorreu no domingo (24) em um balneário de Rio Branco.
Sargento da PM foi preso em flagrante e família perde justiça.
A irmã do segurança Raimundo Carlos Costa de Araújo, de 37 anos, que foi baleado na cabeça pelo sargento Jorge Weston da Polícia Militar em um balneário, na tarde deste domingo (24), criticou a postura do policial envolvido no caso. "Esse homem tem que estar na cadeia. Policial tem que defender a lei e não ficar tirando a vida dos outros. Policial tinha que dar exemplo", disse Francisca Maria da Costa, de 50 anos.
Emocionada, Francisca afirma que o irmão era uma pessoa tranquila e que não costumava se envolver em brigas. "Meu irmão trabalhava como segurança e era um homem de bem. Ele que cuidava da nossa mãe junto comigo e me ajudava muito. Não tinha motivo para isso acontecer, queremos justiça para ele que morreu injustamente", lamenta.
A namorada do segurança, a cabeleireira Kellen Cristina, de 34 anos, contou que ela e Araújo tinham acabado de chegar no balneário quando o policial, que também estava no local, se aproximou do casal e passou a mão no braço dela.
"Meu namorado levantou para perguntar o que estava acontecendo e ele já foi sacando a arma e disparando contra ele. Meu namorado ainda pegou uma mesa para se defender, mas o policial quebrou a mesa e continuou os disparos. Depois de atirar, o policial ainda pisou na cabeça e nas costas para confirmar se ele estava morto mesmo", disse.
Polícia diz que segurança deu murro em sargento
O crime aconteceu por volta das 14h em um balneário na estrada do Quixadá, em Rio Branco. De acordo com o comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, major Flávio Inácio, a hipótese com a qual a polícia trabalha é a de que o policial Weston teria chamado a esposa da vítima para dançar e Araújo reagiu com um soco na boca do sargento.
"Naturalmente o rapaz não gostou da atitude e teria chamado a atenção dele, dizendo que a moça estava com ele e gerou uma discussão em que o rapaz desferiu um soco na boca dele [sargento], e isso foi diagnosticado no exame de corpo de delito. Quando a equipe chegou no balneário, o segurança já estava morto", afirmou o major.
Uma testemunha, que estava no local e preferiu não se identificar, conta que a vítima não teria dado um soco no sargento e que o policial estava alterado e teria mexido com a mulher da vítima.
"Ele estava muito louco, ninguém chegou perto dele, eu estava com medo. Ele mexeu com a mulher da vítima, mas não chegou a brigar, trocaram olhares e se tocaram. Mas não houve agressão física, apesar de os seguranças de lá dizerem que a vítima deu um soco no policial", afirmou a testemunha.
Sobre o sargento ter ingerido bebida alcoólica, o major Inácio contou que pelo contato que teve com ele, não tinha indícios de embriaguez. "Ele não demonstrava mudança de comportamento, se houve ingestão de bebida deve ter sido pouca, pois ele não estava exaltado, estava tranquilo e colaborou com a polícia", comentou.
O policial foi levado para a Delegacia de Flagrantes (Defl) e autuado em flagrante. Em seguida, foi ao Instituto Médico legal e está em uma unidade prisional no Quartel de Operações Especiais aguardando os procedimentos da justiça, segundo o major.
