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Falta de oxigênio em rio causa morte de peixes no AC; veja vídeo

Especialista diz que falta de oxigênio na água pode ter causado mortes.


Um fenômeno no Rio Caeté, localizado no município acreano de Sena Madureira, chamou a atenção do auxiliar de serviços gerais Clemilton Cordeiro Damasceno, de 38 anos. Em um vídeo feito por ele no dia 20 de julho, várias espécies de peixe aparecem mortas ou morrendo em um trecho do manancial.


O engenheiro de pesca afirma que os peixes amazônicos podem suportar condições com baixa concentração de oxigênio dissolvido e que algumas espécies, com hábitos migratórios distintos, buscam se refugiar em áreas mais profundas durante o período de seca dos rios. Porém, conforme os níveis dos rios começam a baixar os animais acabam ficando presos nessas regiões.
"Os peixes que naturalmente habitavam uma grande extensão do leito do rio acabam por se concentrar em uma região proporcionalmente bem menor, ocorrendo assim uma alta concentração de peixes; e aliado aos baixos volume e a velocidade de água isso  impossibilita a produção de oxigênio suficiente para manter a vida desses organismos, findando pelo colapso e óbito dos peixes por asfixia", explica.
Peixes podem ter morrido por falta de oxigênio dissolvido na água (Foto: Clemilton Damasceno/Arquivo Pessoal)Peixes podem ter morrido por falta de oxigênio dissolvido na água (Foto: Clemilton Damasceno/Arquivo Pessoal)
'Acontece todo ano', diz morador
Damasceno, autor do vídeo, conta que hoje mora no bairro Bom Sucesso, em Sena Madureira, localizado a 145 quilômetros de Rio Branco, mas há um ano morava com a família na região onde os peixes morreram. Foi o irmão dele, que permanece no local, quem avisou do fenômeno durante uma visita. A cena, segundo ele, se repete todos os anos, mas ficou mais intensa desta vez devido ao período de estiagem.

Para chegar até chegar o local, o auxiliar de serviços gerais conta que precisa viajar por quatro horas em uma estrada vicinal, em seguida seguir a pé pela margen do rio por mais um dia de viagem.
Ao G1, o comandante dos Bombeiros na cidade, tenente José Célio Lima, disse que a Defesa Civil não acompanha o nível ou a situação do Rio Caeté por ser de difícil acesso. Lima disse que viu o vídeo, mas não possui informações sobre o caso.
"Quando cheguei já estava naquele estado, é uma coisa que ninguém descobriu nem sabe explicar ainda. Tinham várias espécies de peixe, judiá, pintado, caparari e vários outros. A seca piorou muito tudo isso, ficou uma coisa horrível", lamenta Damasceno.
Apesar de assistir o acontecimento todos os anos, Damasceno disse que ficou impressionado com o volume de peixes mortos. "É muito triste, a gente fica chocado quando vê uma imagem daquela.
Imac descarta que peixes tenham morrido envenenados  (Foto: Clemilton Damasceno/Arquivo Pessoal)Imac descarta que peixes tenham morrido envenenados (Foto: Clemilton Damasceno/Arquivo Pessoal)
Imac descarta envenenamento de peixes
O presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), Paulo Viana, disse que inicialmente houve a suspeita que os peixes tivessem sido envenenados, mas o órgão enviou  uma equipe de técnicos ao local e a possibilidade foi descartada.

Viana conta que uma situação similar foi registrada no Acre em 2010 e a causa seria o baixo nível das águas no rio Caeté.
"Foi constatado efetivamente que a mortalidade dos peixes foi em razão da alteração da temperatura e também pelo baixo nível do Rio Caeté, isso acarreta na falta de oxigênio, os peixes ficam sem respirar e morrem", explica.
O presidente faz ainda um alerta para a população que cogitou a possibilidade de consumir esses peixes após verem a cena.
"Nas primeiras horas em que ocorresse a mortalidade, se alguém estivesse lá, é evidente que poderia aproveitar esse peixe. Agora, se passaram duas horas em diante, por ser um alimento altamente perecível, ele vai estragar e pode ocasionar uma contaminação a quem o consumir", destaca.
g1

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