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No WhatsApp: Bandidos se passam por parentes e mulher perde R$ 1,5 mil em golpe

Acreana diz que chegou a conversar com uma suposta prima pelo WhatsApp.
Fingindo ser parente, quadrilha disse que carro quebrou em estrada.

Caio FulgêncioDo G1 AC

Delegado Alcino Loureiro Júnior (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)Delegado Alcino Júnior alerta para golpes telefônicos (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)













Uma acreana, que não quis ter o nome divulgado, perdeu R$ 1,5 mil ao cair em um golpe telefônico diferente dos comuns falsos sequestros. No último dia 9, ela recebeu a ligação de uma "prima" de outro estado, que pediu a transferência do dinheiro. A acreana chegou a conversar pelo WhatsApp com a parente, que tinha uma foto verdadeira no perfil.
O golpe começou com a ligação para o telefone residencial. Em tom de brincadeira, uma mulher perguntou "quem é sua prima preferida?" para conseguir extrair informações. "Eram várias brincadeiras e, por coincidência, meus primos fazem isso quando ligam. Acabei respondendo as coisas sem querer", conta.
O suposto grupo de parentes, então, deu a notícia de que se dirigia para Rio Branco de carro para visitar a família, como também costumam fazer, porém o veículo havia apresentado um problema. A vítima diz que os familiares chegaram a dizer o local exato da BR-364 onde estavam parados.
"Me deram o número de um mecânico e pediram para eu ligar. Liguei do meu celular, ele me adicionou no WhatsApp e começou a falar comigo. Dizia que os tinha encontrado e que problema havia no carro. Minha prima, então, também começou a falar comigo e havia uma foto verdadeira no perfil. Como eu ia duvidar? Até o prefixo era o mesmo", diz.
A acreana acredita que, para o golpe, a quadrilha deve ter pesquisado no Facebook informações como a cidade onde as pessoas moram. O pedido pelo dinheiro teve a justificativa de que o conserto do carro seria superior ao valor permitido para transações pelo aparelho. Por isso, a prima pediu para que o dinheiro fosse transferido para a conta do suposto mecânico.
"Todo tempo ela [prima] falando comigo e disse que meu tio perguntou se eu poderia transferir o dinheiro por causa do limite do banco. Só escapa de um golpe desse realmente quem não tem o dinheiro no momento. Era meu tio, eu não ia duvidar dele. Não tive a ideia de ligar porque estava falando pelo WhatsApp, tinha a foto dela", ressalta.
A acreana fala que descobriu que havia sido vítima de um golpe somente no dia seguinte, quando percebeu os familiares não chegaram de viagem. O motivo para divulgar a situação é como uma tentativa de alertar à população. Ela acrescenta que ainda não conseguiu registrar o boletim de ocorrência apesar de ter ido à delegacia.
"Não descobri no mesmo dia, senão nem ia conseguir dormir de tanta raiva. Não é nem pelo dinheiro mas por ter sido enganada. Todo mundo só conhece o golpe do sequestro, mas tem muitos outros. Só queria que descobrissem. A conta bancária era do Paraná, o prefixo da 'prima' era 69 [Rondônia] e do mecânico 68 [Acre]", salienta.
Polícia alerta
O delegado Alcino Júnior, da Polícia Civil do Acre, afirma que ainda são poucos os registros de ocorrências referentes a golpes telefônicos. Ele ressalta que o crime de estelionato ou extorsão virtual, como também é chamado, pode ser aplicado nos mais diversos casos, desde o sequestro falso até supostos pedidos de ajuda.

"A partir de um telefonema de qualquer natureza, desde um exame que o médico está pedindo ou uma pessoa que está pedindo ajuda em uma estrada, contate imediatamente a polícia. Não precisa desligar o telefone, mas peça para pessoas que estão do lado chequem se aquela pessoa está bem ou não", finaliza.

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