Acre aparece entre os piores do país em relação a jovens de 15 a 17 anos na educação básica
Dados do Inep mostram que 87,1% desses jovens frequentavam a escola ou já tinham concluído a educação básica no ano passado.
Por Iryá Rodrigues, G1 AC, Rio Branco
Um estudo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostrou que mais de 7,4 mil jovens entre 15
e 17 anos não frequentavam a escola ou tinha concluído a educação básica em
2017 no Acre.
Os dados integram o relatório do 2
ciclo de monitoramento das metas do plano nacional de educação, com base em
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
Ao G1, o secretário de Educação do Estado, Marco
Brandão, afirmou que além dos casos de pessoas nesta faixa etária que vivem em
áreas de difícil acesso como seringais e reservas extrativistas, têm aqueles
que desistiram de estudar.
Brandão destacou que este ano, por
exemplo, sobraram cerca de 3 mil vagas nas escolas públicas estaduais.
“Tem aqueles que vivem nas áreas de
mata, onde é complicado, mas, ainda assim, o Estado atua, e aqueles que, de
fato, não querem ir para escola. As famílias não assumem essa responsabilidade.
Esse ano sobraram muitas matrículas, mas infelizmente isso acontece”, afirmou
Brandão.
Conforme a pesquisa, o percentual da
população de 15 a 17 anos de idade que frequentava a escola ou havia concluído
a educação básica no estado acreana é de 87,1%.
O Acre aparece entre os piores do
país em relação aos números de jovens neste grupo etário na escola, fincando
atrás somente do Alagoas, que apresentou percentual de 86,8%. O Pará também
está na lista dos piores com 88,5%. A média nacional é de 91,3%.
O estado, segundo os dados, recuou
entre os anos de 2012-2017 2,9 pontos percentuais conforme a estimativa com a
Pnad. Em 2012, o percentual de pessoas entre 15 e 17 anos na escola era 90,0%.
O estudo mostra que cerca de 900 mil
adolescentes em todo o Brasil estão fora da escola e não concluíram a educação
básica. A pesquisa ressalta que esses adolescentes frequentaram a escola e se
evadiram em algum momento da trajetória escolar.
Apesar do alto número de pessoas ainda fora da escola, o
atendimento escolar da população dessa faixa etária apresenta uma trajetória de
crescimento no período analisado, segundo a pesquisa.
Diferente do Acre, o Brasil avançou
entre os anos analisados 2,2 pontos percentuais conforme a estimativa com a
Pnad, um ritmo de crescimento médio aproximado de 0,4 p.p. ao ano.