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Por que o governo Gladson Cameli não decola? A pergunta de bilhões de reais

Um Diário Oficial recheado de dispensas de licitações para a saúde, falta de fio para sutura (para costurar cortes) nos hospitais, falta de equipamentos, sorteios de leitos com suporte de oxigênio para pacientes oncológicos em estágio grave para saber quem vive ou quem morre no Hospital do Câncer do Acre, uma violência banalizada em frases de efeito do secretário de Segurança e a barbárie entrando para o quesito normalidade em forma do depoimento do pai que não esperou por perícia ou polícia para encontrar o corpo esquartejado do filho de 16 anos em Manoel Urbano.
São só 15 dias do segundo ano de governo Cameli e já tivemos 22 mortos de forma bárbara, uma fila de espera por cirurgias que aumenta alarmantemente e também a instabilidade política exemplificada no ‘cai cai’ de Ribamar Trindade da Casa Civil, mostrando uma mistura de falta de habilidade, com total falta de estabilidade ou ausências de remédios calmantes para toda a alta cúpula do governo, que é formada por alguns conhecidos com nomeações e alguns vultos ocultos de quem se ouve falar que manda mais que o “Rei Sol”. Se a cúpula não funciona os resultados são fáceis de serem vistos nas estatísticas de mortos ou saúde pública precária e sem rumo.
No dia seguinte ao se ouvir o depoimento de Josiney Alves de Lima contando que nem os 2 quilômetros de distância que separavam a perna do adolescente das outras partes do corpo o impediu de procurar os restos mortais do filho para um enterro digno, o Diário Oficial trouxe mais uma super nomeação de R$ 16 mil para a nora do deputado Luiz Tchê (PDT) que é da base dos aliados que não são tão aliados assim, sendo, portanto, da base dos que só são leais a eles mesmos. É a velha política-partidária imperando enquanto a sociedade agoniza de medo, dor e decepção por não ter visto ainda as mudanças tão anunciadas. Infelizmente, do mesmo jeito que Josiney não achou a cabeça decepada do filho de 16 anos, morto barbaramente em Manoel Urbano, não há indícios de que o governo vá se achar. Impossível imaginar politicamente dando certo um governo onde duas secretárias se recusam a sentar na mesma sala, como acontece com a secretária da Fazenda, Semirames Dias, e a de Planejamento, Maria Alice.
O governo Cameli não deu certo ainda. Não decolou o governo Gladson junto com o jatinho alugado de uma empresa amazonense no valor de R$ 5,1 milhões por 288 horas de voo, onde pagará a bagatela de R$ 18 mil por cada hora voada. Não se sabe quantas vezes o jatinho do Cameli decolou, nem com quem ou para que, mas sabe-se quantas vezes o governo fracassou em sua política de segurança pública conduzida por um coronel que teve a ousadia de prometer em 1º de janeiro de 2019 que em 10 dias devolveria a sensação de paz aos acreanos e marcado por trocas de comandantes na Polícia Militar que atualmente vive de barreira em barreira enquanto o número de mortes violentas sob drasticamente.
Enquanto as ruas são tomadas de sangue, a saúde padece de falta de insumos básicos, o governo segue sem rumo, como um barco à deriva, nomeando velhos jogadores de xadrez, subutilizando nomes como Tião Bocalom e deixando o homem como a ‘terceira pessoa depois de ninguém’, exonerando pessoas competentes como Thiago Caetano para agradar um grupinho do velho MDB. Cruel ver a superintendência, que dizem ser interina, da Fundacre, cair no colo do genro do deputado José Bestene (PP) e o velho “China”, a quem é atribuído o cargo de exímio operador, emplacar a irmã com alto salário para a mesma unidade de saúde, após ter sido chamada de incompetente na UPA da Sobral.
*Gina Menezes é jornalista e sócia-fundadora do Jornal Folha do Acre
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