Delação de José Melo, no Amazonas, pode afetar candidatura de Gladson, do Acre
A prisão do ex-governador do Amazonas José Melo e sua esposa, Edilene Gomes Oliveira, nesta quinta-feira (4), poderá ter consequências nas eleições do próximo ano, no estado vizinho, Acre.
O esquema investigado pela PF trata especificamente de desvios de recursos no setor de saúde. Segundo a PF e o MPF, o patrimônio de Melo seria incompatível com sua renda.
Contudo, uma delação do ex-governador, poderia levar a abertura de outras investigações. Segundo sites amazonenses, uma delação atingiria os governos anteriores de Omar Aziz e Eduardo Braga. No ramo das empreiteiras, a ETAM – empresa de propriedade de Eládio Cameli, pai de Gladson e principal financiador de suas campanhas – ocupa papel central no Amazonas. Caso a empresa venha a ser investigada, sua posição como financiadora pode ficar fragilizada, constrangida, em uma eventual exposição na mídia, como o que ocorreu com a Odebreacht e a JBL, por exemplo.
A ETAM já foi citada em uma delação anterior Campeã em obras e em recebimento de recursos no governo Eduardo Braga (PMDB), a construtora foi citada na deleção premiada do ex-executivo da Camargo Corrêa, Antônio Cumplido. Cumplido afirmou, na delação premiada, que a ETAM atuava como intermediária do pagamento de propina para o peemedebista. Conforme o colaborador, a “contrapartida” a Braga se deu para que a empreiteira conquistasse a obra da ponte sobre o rio Negro. Os pagamentos teriam sido realizados por meio de “contratos fictícios” com a ETAM, no valor de 68 milhões de reais.
O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas também suspendeu o contrato da ETAM firmado durante o governo de Omar Aziz. A suspeito do TCE é que tenha havido um superfaturamento na ordem de 26 milhões de reais no contrato firmados em 2012 para a construção de um corredor exclusivo para ônibus em Manaus-AM.
A ETAM, junto com a empreiteira Amazônida, também da família, foram os maiores doadores da campanha de Gladson. Colunistas do estado vizinho sugerem, inclusive, que Eládio Cameli deveria se tornar delator dos muitos esquemas de corrupção que, supostamente, dominaram o estado nos últimos trinta anos. A campanha de Gladson. Segundo o site do TRE, teriam sido R$2,3 milhões de reais em valores declarados. O segundo voto mais caro do país, segundo o site Congresso em Foco.
Juruá em Tempo