Site Cultural de Feijó

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PARABÉNS FEIJÓ PELO SEUS 71 ANOS






Breve Histórico do Processo de Ocupação Territorial de Feijó
Habitavam as terras do município de Feijó, as tribos Jaminawás, Kaxinawás, Paparrós, Kulinas, Chacauás. Tudo natureza bruta, mata e selva só habitados por índios.
A primeira penetração de civilização data de 1879 e deu-se com a chegada à foz do rio Envira, do navio Mundurucus, trazendo vários nordestinos, que deixando sua terra natal, deslocaram-se para cá atraídos pelo incentivo do corte da seringa para a produção da borracha. Tinham como único objetivo a melhoria de vida.
Como nos diz Tocantins: “Os altos-rios foram ocupados em caráter econômico e permanente a partir de 1879”.
A partir desta data, começaram a chegar à foz do Envira as primeiras famílias nordestinas, que deixavam o sertão correndo das secas, em busca da borracha e do sonho de ganhar dinheiro. Graças aos Nordestinos, a região começou a ser desbravada. Foi uma época difícil para os índios que ali moravam, pois as necessidades dos que chegavam de lotear as terras para formar os primeiros seringais, causou muitos conflitos.
E foi exatamente em meio a esses conflitos entre brancos e índios que surgiu o Seringal Porto Alegre, localizado a margem direita do Rio Envira. Ali, naquele pedaço de chão, surgiria mais tarde, o vilarejo de Feijó que em 1938, se transformou em município.
Um dos primeiros exploradores, dessa região foi o Sr. Anjo Custódio, segundo o Sr. Ambrósio, em entrevista ao “semanário Independente de Feijó”, (hoje extinto) o mesmo chegou nessas terras por volta de março de 1887, segundo o mesmo, o Sr. Anjo Custódio, “andava sempre sozinho nas demarcações dos seringais”. Depois de Anjo Custódio, também chegou a essa região o Sr. Cajazeira, paraibano, que continuou explorando os seringais, principalmente o seringal Canadá. Continuando a exploração dos seringais, cajazeira explorou até o seringal Simpatia, fazendo lotes e vendendo para aqueles que tinham condições de comprá-los. Prosseguia-se com a exploração dos seringais, já se iniciava o corte das seringueiras, para se obter logo, logo a produção da borracha, do cernambi e do caucho. Tudo em prol do lucro e mais e atender um mercado externo e uma indústria cada vez mais pujante.
Expulsavam-se os índios para os altos rios. Ocorriam grandes batalhas entre os índios e brancos (nordestinos). Nestas lutas havia muitas mortes entre os índios e brancos (nordestinos). Portanto, o clima entre brancos e índios da região sempre foi quente. Haviam constantemente lutas, emboscadas, mas sempre a favor do homem branco, como acontecera em toda a história do o homem branco sempre saíra vencedor em relação ao indígena.
Houve várias e pequenas refregas, mas os nordestinos conseguiram, aos poucos, desbravarem a região. Subindo rios e igarapés, começaram a demarcar seus “domínios” surgindo, daí, os atuais seringais, entre estes seringais realça o denominado “Porto Alegre”, pertencente ao Sr. Rodrigues, cearense, ele chegou à região em 1896, também chegando de navio até São Felipe, hoje localidade conhecida como município de Eirunepé, no Amazonas. De lá para região de nosso município, o mesmo veio de canoa.
O Sr. Francisco Barroso Cordeiro, cearense chegando aqui por volta de 1896, o mesmo comprou o Seringal “Porto Alegre” do Sr. Rodrigues.
É neste contexto histórico que surge à margem direita do rio Envira, o Seringal Porto Alegre que mais tarde deu origem ao município de Feijó.
A partir dá ir inicia-se a exploração, através de um processo rudimentar de civilização e de desbravamento, iniciando a construção das primeiras casas, de madeira rústica coberta de palha, do seringal “Porto Alegre”, um barracão de madeira de propriedade do Coronel Barroso, na rua em que hoje, tem o nome do Coronel Barroso, no centro da cidade. Certo tempo depois, Coronel Barroso, vende esse barracão, para a firma Coutinho & Aníbal, que a transforma em um novo e grande empreendimento. Firma esta, que concentrava em seu poder vários seringais que faziam parte da empresa extrativista montada na foz do seringal Jurupari, através de um grande barracão, que mantinha o controle e abastecia os seringais e o incipiente comércio local, com os mais variados produtos. A loja filial fica a partir de então, sendo administrada pelo Sr. Jurandir, um comerciante Sírio-Libanês, que foi o primeiro grande comerciante da época, em nossa cidade, que vendia estivas, gêneros alimentícios, tecidos (corte de fazendas), dentre outros produtos, o mesmo tinha como empregados, a professora, Lurdes do Carmo Castro, Moacir Severiano, que de empregado, tornou-se mais tarde sócio do Sr. Célio Fernandes e montaram a firma Fernandes & Cia onde hoje é conhecida como Coronel Barroso, local que hoje fica a casa das irmãs. Feito em mutirão por aproximadamente 10 pessoas, sendo alguns conhecidos cidadãos feijoenses, como o Sr. João Ambrósio, Coronel Barroso, Miguel Ferreira, Antonio Morais, mestre Ezequiel e outros. O seringal, foi progredindo e aos poucos se tornou vilarejo. E a 13 de maio de 1906 foi elevado à Categoria de Vila sobre a denominação de Feijó, em homenagem ao grande vulto da nossa história, o Pe. Diogo Feijó, Jesuíta e grande catequizador dos índios. E através do Decreto-Lei Presidencial de nº 968 de 21 de Dezembro de 1938, elevou a vila Feijó, a categoria de Cidade. As terras que constituiu a sede do Município foi compreendida numa área de 1.000m². por 3.000m., de fundo, adquirida do Cel. Coronel Barroso Cordeiro pelo valor de 20.000$000.
Ata de Instalação do Município
Aos dezenove dias do mês de Abril do ano de mil novecentos e trinta e nove, 118º da Independência e 51º da República, sendo Presidente da República Excelentíssimo Senhor Doutor Getúlio Vargas e Governador do Território Excelentíssimo Senhor Doutor Epaminondas Martins, com a presença do Senhor Raimundo Augusto de Araújo, Prefeito Municipal, em comissão, Doutor Claudio de Resende do Rêgo Monteiro, juiz de Direito em exercício, Francisco Pontes, juiz Municipal em exercício; funcionários federais, territoriais e municipais; comerciantes, industriais, agricultores, excelentíssimas famílias e outras numerosas pessoas, foi lido o Decreto número (3) três desta data, que além de dá nova divisão Administrativa e Jurídica ao Território. Declara a elevação da Vila Feijó, a município de Feijó Território do Acre, criada pelo Decreto-Lei número (968) novecentos e sessenta e oito, de 21 de Dezembro de mil novecentos e trinta e oito (1938), desmembrando do município de Sena Madureira e Tarauacá.
A sociedade Indígena
No Acre existem muito povos, línguas e culturas. A língua oficial do Acre e como em todo o Brasil é o português, porém são faladas 14 outras línguas diferentes que fazem parte das famílias lingüísticas Aruak, Arawa e Pano.
Hoje existem cerca 04 etnias em nosso município, que são os povos da comunidade Ashaninka, Shanenawá, kaxinawá, kulina. Ocupando uma área de 882.728.61 hectares, ou seja, perfazendo um total de 22,5% da área demográfica de nosso município, que é de 24.202,027 Km². Com uma população 2.324 índios, representando 15% de nossa população. (FUNAI apud ZEE, 2006:108 e 109).
Abrangendo um contingente populacional estimado 2.324 índios vivendo em suas comunidades na zona rural de nosso município. Fazendo parte de nossa população e que muito nos honra e nos orgulha pela suas contribuições, tanto na formação de nossa sociedade e na contribuição cultural, com crenças, lendas, costumes e tradições, e uma ação nativa, existente em nosso meio também se reflete – e neste particular de maneira expressiva – nos nomes que identificaram às espécies vegetais, pois, de sua orientação correta quanto ao aproveitamento desses recursos e dos processos utilizados para preparar, com produtos extraídos da flora, uma variedade de remédios, destinados ao tratamento dês seus males. Da difusão dessas contribuições, evidenciadas no decorrer do tempo, resultou uma influência nativa marcante, sobre o modo de vida e os meios de sobrevivência de todos. Encontram-se quatro etnias indígenas, que são as etnias Kulina, Ashaninka, kaxinawá e Shanenawá. E na margem esquerda do rio Envira, enfrente a sede do município de Feijó, localiza-se a Aldeia Morada Nova, com uma população de 260 índios pertencentes à Etnia Kaxinawá, ocupando a Terra Indígena – Katukina/Kaxinawá, da Etnia Shanenawá/Kaxinawá, que compreende uma área de terra de 23.474,0358 Ha.
A Cidade
Ver Feijó, no ar, é uma surpresa para quem voa por cima de tanto verde, espesso e agreste da selva, e, de repente, surge à cidade cortada ao meio pelo rio Envira, amanhecendo de juventude, muito distante das outras regiões. É uma visão impressionante do urbanismo que se expande por todos os espaços para abrigar a população.
A maior parte da cidade ainda é formada por mata intocável, protegida principalmente pelo estabelecimento de florestas de proteção integral e, reservas indígenas. Onde se mante 90% de sua floresta intacta. Nosso estado possui uma área total de 27.478,5Km², sendo que desse total de sua área 9.340Km², já foram desmatados. (Imazon-2006)
O modelo de desenvolvimento econômico baseia-se, na pecuária primordialmente, no extrativismo, com destaque para extração de madeira, por meio de manejo florestal e a coleta de frutas silvestres como o açai, o que teoricamente, garante o uso econômico sustentável da floresta.
Feijó, é um dos 22 município do Estado do Acre, está situada entre 8º 09’ 43” de latitude sul e 70º 21’ 08” longitude oeste de Greenwich. O Município situa-se na zona fisiográfica do vale do Juruá em ambas as margens do rio Envira, sendo que a sede mesmo localiza-se na margem do rio Envira, afluente do rio Tarauacá. Faz parte da Mesorregião do Juruá e a Microrregião do Tarauacá. Limita-se ao norte com o Estado do Amazonas, ao sul com a República do Peru; a Oeste com o Município de Tarauacá e Jordão; ao leste com os municípios de Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus. Possuía uma área de 19.632 quilômetros e era o 5º município em extensão territorial, passando em 2008 a ocupar o segundo lugar em extensão territorial, com uma área total de 24.202,027 Km². Fica distante da Capital Acre 344 km. Possui uma Altitude média de 153m em relação ao nível do mar, o clima é equatorial, (quente e úmido) como em todo o Território do Acre.

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