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Unicef aponta danos da pobreza e da violência para jovens brasileiros

O Brasil nunca teve tantos adolescentes. São mais de 20 milhões, 11% da população. Esse grupo, que tem de 12 a 17 anos, está muito vulnerável a uma série de fatores que atrapalham o desenvolvimento
Os adolescentes brasileiros são o tema de um relatório divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência. O documento registra os danos da pobreza e da violência para os nossos jovens.

Uma dor sem fim. O filho de 16 anos de Maria Lúcia de Souza morreu depois de ser baleado na periferia de Vitória. “Como eu, muitas mães ainda podem chorar. Eu não desejo para elas o que eu estou passando, mas eu sei que a realidade da vida está aí para continuar”, lamenta a mãe.

O Espírito Santo tem a maior taxa de homicídios de adolescentes do país. São 54,5 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Segundo relatório, a violência é um dos maiores problemas para os jovens brasileiros. Em média, são assassinados 11 adolescentes por dia no país.

O Brasil nunca teve tantos adolescentes. São mais de 20 milhões, 11% da população. Esse grupo, que tem de 12 a 17 anos, está muito vulnerável a uma série de fatores que atrapalham o desenvolvimento.

O maior deles, de acordo com o Unicef, é a pobreza. Em cinco anos, cresceu o percentual de adolescentes em famílias que têm renda de até 1/4 de salário mínimo; 20% dos jovens de 15 a 17 anos estão fora da escola; meninas adolescentes estão envolvidas em 80% das denúncias de exploração sexual contra mulheres; e 75,7% das adolescentes que já são mães não estudam.

Para Marrie-Pierra Poirier, representante do Unicef no Brasil, é hora de se investir na adolescência. “As conquistas que o Brasil fez com a primeira década de vida, fazendo cair drasticamente a mortalidade infantil, colocando quase todo mundo no ensino fundamental, esse investimento tem que acontecer de novo, na segunda década de vida. Primeiro, para não perder esse investimento, segundo, porque esse grupo não representa o futuro, representa o presente”.

O relatório também mostra avanços. Caiu o analfabetismo na adolescência.
A alagoana Cícera acaba de aprender a ler e a escrever, aos 12 anos de idade. “Me sinto vitoriosa. Aprendi a ler”, conta.

 http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/11/unicef-aponta-danos-da-pobreza-e-da-violencia-para-jovens-brasileiros.html

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