'Estado clínico é mais importante que a idade', diz médico de mãe aos 61
Orlando Neto foi responsável por inseminação em mulher de 61 anos.
CFM restringiu reprodução assistida para mulheres com mais de 50 anos
Após a atualização das regras sobre reprodução assistida, determinadas
pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o médico ginecologista Orlando
de Castro Neto, responsável pela gravidez de Antônia Letícia Asti, de 61
anos, que deu a luz um casal de gêmeos em outubro do ano passado,
afirma que concorda com a nova determinação, mas faz uma ressalva. Neto
acredita que o estado clínico e ginecológico da paciente é mais
importante do que a idade.
Uma das principais mudanças na nova regra é que, a partir de agora, a
idade máxima para uma mulher engravidar usando esse tipo de técnica
passar a ser 50 anos.
O médico comenta que o caso da mulher de 61 anos é considerado raro.
Castro Neto explica que a maior parte das pacientes que procuram
atendimento têm entre 38 e 44 anos. “É muito difícil uma mulher com mais
de 50 anos querer engravidar. O caso da Antônia Letícia é uma raridade e
eu fico feliz por ter realizado este sonho dela. Ela já havia tentado
adoção e outros procedimentos e não obteve sucesso. Foram 20 anos de
luta. Mas ela tinha boas condições de saúde para levar a gravidez”,
afirma Orlando.
Para Orlando, o procedimento de engravidar com idade avançada é de alto
risco e, por isso, o médico tem que ter bom senso. “Eu concordo com
essa determinação, mas também concordo que tem que existir o bom senso.
Precisa ser avaliado o estado clínico e ginecológico da paciente. Isso é
mais importante que o fator idade”, explica.
O médico, que acredita que tenha sido o responsável pelo último caso de
gravidez em idade avançada, afirma também que é contra a banalização do
procedimento. “Nenhum obstetra tem o poder do milagre. Sou contra a
banalização do procedimento. Concordo com as limitações e a recomendação
porque fica uma gravidez complicada de se levar. A recomendação não é
uma coisa aleatória, tem efeito. Entendo e concordo com a limitação, mas
acho que cada caso é um caso. A gente não pode fazer de uma raridade um
processo normal. Essa é a preocupação”, finaliza o médico.
A gravidez
Antônia Letícia tentava ser mãe há mais de 20 anos. Ela foi acompanhada, durante todo esse tempo, pelo ginecologista Orlando de Castro Neto. Após quatro tentativas de inseminação artificial, Antônia finalmente conseguiu engravidar. Sofia e Roberto nasceram às 22h30 do dia 23 de outubro, na maternidade do Hospital São Lucas. Os bebês nasceram de cesárea pesando cerca de 900 gramas cada um. A mãe precisou ficar na UTI durante 24 horas para estabilizar a pressão. O parto precisou ser adiantado por causa de uma hipertensão severa da mãe e acabou acontecendo com apenas 31 semanas. Os bebês receberam alta algumas semanas depois e passam bem.
G1
Antônia Letícia tentava ser mãe há mais de 20 anos. Ela foi acompanhada, durante todo esse tempo, pelo ginecologista Orlando de Castro Neto. Após quatro tentativas de inseminação artificial, Antônia finalmente conseguiu engravidar. Sofia e Roberto nasceram às 22h30 do dia 23 de outubro, na maternidade do Hospital São Lucas. Os bebês nasceram de cesárea pesando cerca de 900 gramas cada um. A mãe precisou ficar na UTI durante 24 horas para estabilizar a pressão. O parto precisou ser adiantado por causa de uma hipertensão severa da mãe e acabou acontecendo com apenas 31 semanas. Os bebês receberam alta algumas semanas depois e passam bem.
G1