Site Cultural de Feijó

Site Cultural de Feijó

Polícia Federal prende 15 suspeitos de fraudar licitações de obras no Acre

Ao todo, 150 delegados e agentes cumpriram 35 mandados de busca e apreensão. Sete construtoras agiam de forma combinada para fraudar licitações de obras. O sobrinho do governador Tião Vianna (PT) também foi preso.
A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (10), 15 suspeitos de fraudar licitações destinadas a obras de pavimentação no estado do Acre. Entre os detidos estão o secretário estadual de Infraestrutura, gestores públicos e empresários.

O sobrinho do governador Tião Vianna (PT) também foi preso por suspeita de envolvimento no desvio de verbas do SUS, segundo a Polícia Federal.

Foi uma das maiores operações da Polícia Federal no Acre: 150 delegados e agentes cumpriram 35 mandados de busca e apreensão. E prenderam 15 suspeitos de envolvimento no esquema. Entre eles, servidores públicos, empresários da construção civil, além do presidente e do ex-presidente da Federação das Indústrias do Acre.

Thiago Paiva, que trabalha na Secretaria Estadual de Saúde, e é sobrinho do governador do Acre, Tião Vianna (PT), também foi preso. Ele é suspeito de envolvimento em outro esquema de fraude contra o Sistema Único de Saúde (SUS), descoberto por acaso, durante a investigação.

Na porta de casa, ao ser levado pela polícia, o secretário de Infraestrutura e Obras do Acre, Wolvenar Camargo, disse que não sabia o motivo da prisão dele: “Eu nem sei porquê eu estou indo para a Superintendência agora para prestar esclarecimento. Não tenho nada a dever. Estou totalmente tranquilo”.

Segundo a Polícia Federal, sete construtoras agiam de forma combinada para fraudar licitações. E o dinheiro que deveria ser usado para asfaltar ruas e estradas no Acre era desviado e nunca chegava ao destino. Somente em seis contratos, a polícia estima que podem ter sido desviados R$4 milhões.

Ao longo de mais de um ano de investigação, a Polícia Federal encontrou várias ruas de terra que já deveriam estar asfaltadas em cinco municípios do Acre.

Em Tarauacá, a 400 quilômetros de Rio Branco, o projeto era asfaltar sete quilômetros das ruas da cidade. Ao todo, 90% dos recursos foram pagos e só 20% das obras foram feitas.

O JN mostrou para o governador as fotos das ruas sem asfalto. Ele disse que confia nos servidores presos e que, por enquanto, não vai demitir ninguém: “Enquanto eu não tiver indícios, eu não posso condenar sem provas. E não posso punir sem elementos
comprobatórios. Então, eu tenho que ter a paciência para aguardar a justa e necessária apuração da Polícia Federal, que eu confio, para tomar medidas administrativas”.

Segundo o superintendente da Polícia Federal no Acre, os presos devem ser processados por crimes, como formação de quadrilha, fraude em licitação e corrupção ativa e passiva.

Ele disse que o grupo dominava o mercado de obras do Acre e que os servidores que os ajudavam recebiam vantagens financeiras. 

“A hegemonia do grupo aqui foi absoluta e total. Praticamente todos os certames licitatórios do estado foram vencidos por representantes do grupo. Em contrapartida, os servidores públicos estavam associados ao grupo investigado e recebiam vantagens de caráter financeiro”, explica o superintendente da PF Marcelo Sálvio Resende.

O advogado que representa Tiago Paiva disse que ainda está analisando o caso e que por enquanto não vai se pronunciar.
G1

Deixe um comentário

Nenhum comentário:

Imagens de tema por compassandcamera. Tecnologia do Blogger.