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No Acre, juventude protesta contra lei que reduz a maioridade penal

Ato foi realizado em Rio Branco e Cruzeiro do Sul nesta quarta-feira (29).
Objetivo é debater o assunto e mostrar prós e contras após aprovação da lei.

Aline Nascimento, Quésia Melo e Taís NascimentoDo G1 AC
Manifesto reuniu jovens e adolescentes no centro e bairros de Rio Branco, nesta quarta-feira (29).  (Foto: Aline Nascimento/G1)Protesto reuniu jovens e adolescentes no Centro e bairros de Rio Branco, nesta quarta-feira (29) (Foto: Aline Nascimento/G1)
Um ato contra a redução da maioridade penal reuniu jovens e adolescentes, nesta quarta-feira (29), que protestaram em Rio Branco, simultaneamente, na Praça da Revolução, localizada no Centro da capital, na Praça da Semsur, no bairro Sobral e na Praça da Juventude, no bairro Cidade Nova. Além do protesto em Rio Branco, jovens também se reuniram no município de Cruzeiro do Sul.
A manifestação, organizada pela Assessoria Especial de Juventude do Estado (Assejuv), faz parte da campanha nacional "Amanhecer Contra a Redução da Maioridade Penal". A lei propõe a redução da maioridade penal no Brasil permitindo que jovens com idade acima de 16 anos, que cometerem crimes, possam ser condenados a cumprir pena em uma prisão comum.
De acordo com a assistente técnica da Assejuv, Alana Manchineri, o manifesto tem o objetivo chamar a atenção da população para que possam ser debatidos os prós e contras da aprovação do projeto de lei. Ela destaca ainda que já existem documentos que regularizam os direitos e deveres da categoria, como o Estatuto da Criança e do Adolescente e da Juventude.
"Enquanto órgão gestor de juventude, acreditamos que a aprovação dessa lei é retroceder às leis de juventude. Muitas informações que as pessoas têm relacionadas a crimes cometidos por adolescentes, sofrem influência da mídia e precisa ter um debate. Por exemplo, hoje, em nosso estado, de dez adolescentes que vão para o sistema sócioedutativo, somente dois reincidem no crime, ou seja, oito deles retornam para a sociedade. O jovem de hoje não precisa ir para a cadeia com adultos, seria uma verdadeira escola do crime", acrescenta.
Durante manifestação contra a redução da maioridade penal, houve programação com música, dança e debates. (Foto: Aline Nascimento/G1)Durante manifestação contra a redução da maioridade penal, houve programação com música, dança e debates (Foto: Aline Nascimento/G1)
Para o DJ Bruno Santos, de 20 anos, essa é uma oportunidade única para debater como os adolescentes e jovens serão prejudicados após a aprovação da lei. Para Santos, a redução não resolve o problema, mas a reeducação dos jovens seria uma alternativa para que eles não voltassem a cometer outros crimes.
"O que precisa é haver uma inclusão social desse adolescente e não condená-lo como um adulto, jogando-o no sistema carcerário falho. É necessário que haja uma mudança desde o berço, investindo na educação desses jovens", disse.
Em Cruzeiro do Sul, estudantes também são contra redução da maioridade penal
Para a estudante Gabriela Mesquita, de 16 anos, que participou da manifestação realizada em Cruzeiro do Sul, a população precisa discutir o tema para que possa compreender os vários problemas que podem ser causados a esses adolescentes e jovens com a redução da maioridade penal.

"Acredito que toda essa manifestação terá um saldo positivo. Espero que as pessoas reflitam sobre o que realmente está em jogo, pois muitas pessoas que se dizem a favor da aprovação da lei, mas falta conhecimento sobre o assunto", disse.
A representante da Assejuv em Cruzeiro do Sul, Rose Araújo, de 21 anos, disse que a intenção é passar uma mensagem sobre a opinião dos adolescentes e jovens com relação a lei da redução da maioridade penal. Para ela, as alterações não mudam a forma de agir dos adolescentes e que é necessária uma análise aprofundada sobre o tema.
"A juventude está mais morrendo do que matando. Isso acontece pela falta de investimentos na educação e cultura, falta de apoio familiar e outras séries de fatores que o tornam um menor infrator. Nossa esperança é de que o Senado Federal ouça a voz da juventude que foi para as ruas" finaliza.

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