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No Acre, homem faz apelo na internet por transplante de fígado

Comerciante diz que aguarda há dois anos por cirurgia.
Ao menos 50 esperam por um órgão no AC, segundo central de transplante.

Iryá RodriguesDo G1 AC
Comerciante diz que espera há dois anos por transplante de fígado (Foto: Arquivo pessoal)Comerciante diz que espera há dois anos por transplante de fígado (Foto: Arquivo pessoal)
Há dois anos, Auzimar Chagas da Costa, de 42 anos, aguarda pelo transplante de fígado. O drama do comerciante começou quando ele precisou ser internado em 2013 após sentir muitas dores e ser diagnosticado com hepatite B. Costa precisa de um novo fígado e resolveu fazer uma campanha na internet pedindo ajuda para conseguir o transplante.
De acordo com Costa, seu quadro clínico só tem piorado com a espera do transplante. Ele conta que por três vezes já foi chamado para fazer a cirurgia, mas que nunca deu certo. Emocionado, o comerciante diz que tem medo de não conseguir resistir à espera.
"Na primeira vez, quando me informaram que eu ia fazer a cirurgia, a família do doador desistiu de doar o órgão e não foi possível. E agora por último, a terceira vez, há dois meses atrás, eu já estava entrando na sala de cirurgia quando o médico achou que o fígado não estava muito bom e preferiu não fazer o transplante", conta Costa.
Atualmente, diagnosticado com hepatite D, Costa diz que o médico responsável pelo seu caso não é do Acre e que o atendimento é feito uma vez por mês, quando o especialista vem para o estado. Todos os dias, ele precisa tomar ao menos oito medicamentos, mas mesmo assim as dores são fortes.
"Esse mês, o médico me deixou de fora do atendimento. Não sei o porquê, mas só fui agendado para o próximo mês, ou seja, vou ficar 60 dias sem atendimento. Enquanto isso, sinto dores renais, pulmonar, minha barriga está com muito líquido e não diminui de jeito nenhum. Faço um apelo, porque tenho filhos pequenos para criar. Estou como uma criança, não posso fazer nada. Minha esposa que tem cuidado de mim e sustentado a casa. É uma situação muito difícil", lamenta.
Procurada pelo G1, a coordenadora estadual da central de transplante, Regiane Ferrari, disse que existe uma fila de espera e que a prioridade é dada de acordo com as especificações médicas. Regiane explica que após o laudo médico o caso do paciente é encaminhado para Brasília, no caso de solicitação de prioridade, e passa por uma junta médica para avaliar a prioridade.
No Acre, ao menos 20 pessoas aguardam transplante de rins, 15  de fígado e 15 transplante de córnea. São em torno de 50 pessoas que esperam por um órgão. Em 2015, foram feitos 23 transplantes, sendo oito de córnea, 21 de rim e quatro de fígado. Segundo
Regiane conta que o programa de transplante de fígado é o mais novo no estado, iniciou em 2014 e tem tido sucesso, já que não houve nenhum óbito. Ao todo, foram oito cirurgias de transplante de fígado entre 2014 e 2015.
"Fazemos um apelo à sociedade para que pensem e revejam seus conceitos e entendimento em relação à morte encefálica e doação de órgãos, para que doem e sejam favorável. Só assim vamos devolver a saúde a essas pessoas que estão na fila", diz a coordenadora.

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