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Adolescente morre 2 dias após parto e família alega erro médico no Acre

Bruna Costa morreu no domingo (28) na maternidade Bárbara Heliodora.
Família diz que houve negligência médica e demora no atendimento.

Quésia Melo e Yuri MarcelDo G1 AC

Bruna da Costa, de 16 anos, morreu dois dias após o parto e família acredita que houve erro e negligência médica (Foto: Arquivo da Familia)Bruna da Costa, de 16 anos, morreu dois dias
após o parto e família acredita que houve erro e
negligência médica (Foto: Arquivo da Familia)
Grávida de nove meses, Bruna Silva da Costa, de 16 anos, procurou a Maternidade Bárbara Heliodora na última sexta-feira (26), em Rio Branco. No mesmo dia, ela teve o bebê e permaneceu internada.

Dois dias depois, porém, a jovem que já havia recebido alta e aguardava apenas a liberação do filho, passou a ter complicações e morreu.

A família dedidiu registrar um boletim de ocorrência e alega que houve negligência no atendimento. Diz ainda que Bruna morreu logo após inserirem uma sonda nela, momento em que, segundo os familiares, teria ocorrido o suposto erro médico.
Ao G1, a direção da maternidade informou que ainda não foi notificada da queixa da família. Porém, destacou que no momento em que for avisada oficialmente, vai apresentar o histórico clínico do atendimento da paciente.
A unidade afirma também, que a jovem recebeu toda a assistência necessária para a manutenção da vida dela e do bebê, que ao nascer foi imediatamente encaminhado à Unidade de Cuidados Intermediários (UCI).
Laudo
O laudo entregue à família, aponta que Bruna morreu após sofrer tromboembolismo pulmonar agudo devido a complicações puerperais agudas, uma espécie de hemorragia pós-parto. O namorada de Bruna, Valcimar Santos da Costa, de 20 anos, relata que os sintomas começaram no domingo (28) quando a adolescente desmaiou no banheiro. Após isso ela foi para o leito, começou a ficar roxa e se debater.

Foi nesse momento, segundo Costa, que chamaram o médico, mas o plantonista teria dito que não poderia atender. "Fizeram um novo chamado e ela foi encaminhada para a sala de emergência. Disseram que iriam colocar uma sonda, mas ela reclamou, disse que sentia uma dor forte no peito", relata.
O namorado relata ainda, que o médico foi chamado novamente para que Bruna fosse encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas teria dito que estava fazendo outro atendimento.
"Não queriam deixar eu entrar, falei que era pai do bebê e quando entrei perguntei o que tinha acontecido, ela só falou que tinha desmaiado, perguntou pelo filho e eu disse que estava bem. Perguntei aos atendentes se estava tudo bem e disseram que sim, que ela estava respirando normalmente. Depois me tiraram de lá e já não vi mais nada. Queria que saísse algum resultado, que resolvessem isso, acho que foi erro médico e negligência", alega.
Família pede justiça
A irmã de Bruna, Jandira da Silva, de 29 anos, conta que foi visitar a adolescente várias vezes e ela parecia bem, mas aguardava  uma ultrassom que seria feita no filho recém-nascido.

"Fiquei preocupada e perguntei se era alguma coisa grave, ela disse que não, na verdade nem sabia, mas achava que não. Fui trabalhar e por volta de 8h20 o meu marido ligou dizendo que ela tinha falecido. É horrível. Na sexta-feira (26) eu fui visitar e ela estava dando de mamar ao bebê sentada no leito", lembra.
Jandira também acredita que houve erro médico, pois, segundo ela, ao fazer o atestado de óbito o médico teria dito que havia sangue coagulado pelo corpo dela, o que não era normal.
"Não era sangue do parto, foi uma hemorragia que deu, o sangue estava coagulado e entupiu as veias dela, por isso ela morreu. Como ele [médico] disse que não era normal, e o pai do bebê dela relatou que estava ao lado dela quando disse que a sonda estava doendo, acredito que houve erro", alega.
Ainda muito abalada com a morte da irmã, Jandira diz que quer justiça e lamenta que os sobrinhos tenham ficado órfãos de mãe. "Queremos justiça, pois tantas mulheres vão ali desejando ser mãe e levar seu filho pra casa, mas agora nós vamos levar um órfão, e o outro filho dela, de 1 ano e 7 meses, vai ficar sem mãe também. São tantos casos como esse ali no local e somos mais uma família para sofrer", finaliza.

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