Acre está entre os mais violentos do Brasil aponta Fórum
A taxa de mortes violentas no Brasil atingiu 30,8 para cada 100 mil habitantes no ano passado, quando morreram dessa forma 63.880 pessoas em todo o país, um avanço de 3% em relação às 61.283 registradas em 2016. O índice de 2017 foi o maior da série histórica, iniciada em 2013. As informações são do UOL.
Segundo o 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira (9), os estados mais violentos são Rio Grande do Norte, com 68 mortes a cada 100 mil habitantes, Acre, com 63,9 casos a cada 100 mil habitantes e Ceará, com 59,1 casos. O Rio de Janeiro, por exemplo, sob intervenção federal na segurança pública há seis meses, aparece na 11ª colocação. Já as capitais, são Rio Branco, Fortaleza e Belém. Esses rankings são feitos com base na taxa de mortes violentas.
No ano passado, disparou também a quantidade de mortos pela polícia. Foram 5.144 em 2017, uma média de 14 mortos por dia, um avanço de 20% em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, o número de policiais mortos recuou 5%. Foram 367 no ano passado.
A violência contra a mulher também cresceu. O país registrou 60.018 estupros em 2017, 8% acima do que registrou no ano anterior. Mais mulheres também foram assassinadas: foram 4.539 no ano passado.
Os dados de 2017 colocam o Brasil entre os países mais violentos do mundo. Balanço do Banco Mundial de 2015 (dados mais recentes) mostra, que naquele ano, o país teve 26,7 mortes por 100 mil habitantes, em sexto lugar entre os países mais perigosos, atrás apenas de El Salvador, Honduras, Venezuela, Jamaica e Trinidad e Tobago.
“O modelo pelo qual o país opta na segurança pública faz muitas vítimas”, avalia o diretor-executivo do fórum, o sociólogo Renato Sérgio de Lima. “O Brasil está lidando com o problema com receitas da primeira metade do século passado.” E numera: a legislação que regula polícias é de 1983, anterior à Constituição. As normas dos inquéritos policiais, de 1871, da época do Brasil Império. O Código Penal, dos anos 1940. E a lei de Execuções Penais, de 1984.
A socióloga Samira Bueno, também do fórum, concorda: “Governos fizeram opção de investir em policiamento ostensivo, à margem das investigações”, diz ela, ao destacar que apenas 8% dos homicídios no país são esclarecidos segundo o último dado, de 2012. “E são polícias que produzem muitas mortes e que têm morrido muito”.
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