Manuel Marcos e Doutora Juliana usaram empresa de laranja para desviar R$ 1,5 milhão do Fundo Eleitoral
Os deputados federal e estadual eleitos, Manuel Marcos e Dr. Juliana
Rodrigues (PRB), alvos da Operação Santinhos, deflagrada pela Polícia Federal
nesta terça-feira, dia 11, no Acre e Amazonas, desviaram, juntos, R$ 1,5 milhão
do Fundo Especial de Financiamento de Campanha.
Segundo a Polícia Federal, Manuel e Juliana utilizaram, para os desvios,
uma empresa laranja que estava em nome de Thaisson de Souza Maciel, servidor da
Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN), nomeado 60 dias antes da eleição.
Thaisson, ainda que nomeado e recebendo salários, foi preso em Manaus.
O delegado Eduardo Maneta, responsável pela investigação, contou que
Thaisson já era velho conhecido de Manuel Marcos, e exercia cargos de confiança
junto à equipe do vereador de Rio Branco desde 2013. Além de Thaisson, a esposa
dele, Mirian Maciel, também havia sido nomeada pouco antes das eleições para um
cargo na Secretaria de Saúde do Acre.
“Essa empresa de faixada era controlada, na verdade, por um ‘testa de
ferro’. Essa empresa emitiu diversas notas frias de prestações de serviços
fictícias que não ocorreram. E chegou a emitir uma nota como se tivesse
confeccionado 18 milhões de santinhos. Só tem 500 mil eleitores. Esse valor
seria 34 vezes o número de eleitores”, alerta o delegado.
Ao todo, a Polícia Federal cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e
outros 08 mandados de prisão. Para a ação, mais de 100 policiais federais do
Acre e outros estados foram mobilizados para a ação em solo acreano e
amazonense. Foram cumpridos mandados de busca na Câmara Municipal, Assembleia
Legislativa, e em outros órgãos públicos. Gabinetes dos políticos também são
alvo.
Governador Sebastião Viana
e secretários são intimados
Diante das nomeações dos cargos comissionados, feitas exclusivamente
pelo governador Sebastião Viana, e publicadas no Diário Oficial, a Polícia
Federal intimou o governador e os secretários da Saúde e de Pequenos Negócios,
Rui Arruda e Oscar Sérgio.
Segundo a Polícia Federal, o objetivo é saber por que os dois
investigados foram nomeados semanas antes das eleições e entender se alguém
mais sabia das estratégias políticas do grupo do PRB. “O objetivo deles é
esclarecer os motivos dessas nomeações feitas pelo governador para as
secretarias”, esclarece o delegado Eduardo Maneta.