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Por causa de friagens, produtores de açaí no AC temem perder mais 40% do plantio


Condição do tempo diminui a fotossíntese da planta e, consequentemente, ela tem um período de instabilidade e não vai crescer e, em alguns caso, pode até morrer.


Por Jefson Dourado, Jornal do Acre 1ª Edição — Rio Branco

Folhas ressecadas e sem fazer a fotossíntese. É assim que se encontra a plantação de açaizeiro, do produtor rural José Reis. As frentes frias, baixa umidade e a seca que atingem o Acre nesta época do ano são os responsáveis pelo prejuízo em pelo menos 40% da plantação do produtor.

Reis tem uma plantação em uma área de 15 hectares e as plantas, além de ressecadas, aquelas que tinham começado a produzir abortaram.

"Essas plantas receberam uma incidência muito forte de ventos e isso provocou uma perda maior. Acredito que em torno de 40% da área já foi afetada e se persistir essas frentes frias, a gente vai ter um percentual bem maior", conta o produtor.

Só neste ano, nove frentes frias atingiram o Centro-Sul da Amazônia, as friagens como são conhecidas. As quedas de temperatura chegaram com mais frequência e mais intensidade, com temperaturas de 15ºC, 14ºC. O resultado foi o prejuízo na plantação.

Falta de fotossíntese
Só neste ano, nove frentes frias atingiram o Centro-Sul da Amazônia — Foto: Reprodução Rede Amazônica

O pesquisador da Embrapa, Romeu de Carvalho Neto, disse que o problema é de ordem abiótica, ou seja, é um problema que não é ocasionado por doença, mas pela condição do tempo.

"O que nós presenciamos nesses últimos dias? Frio e umidade baixa e deficiência de água no solo, o que a gente chama de deficiência hídrica. E todos esses fatores, associados ao vento, fizeram com que as folhas queimassem", explica o pesquisador.

Essa condição, conforme explica Neto, diminui a fotossíntese da planta e, consequentemente, ela tem um período de instabilidade e não vai crescer.

"Quando a planta seca, deixa de produzir o seu próprio alimento. Como ela para de produzir, para de crescer. Se ela não cresce, vai atrasar um pouco a sua produção. Existe o risco, se elas [friagens] forem bem mais intensas. Associadas a frio, vento e a deficiência de água no solo, essas plantas podem morrer", acrescenta.

Ainda de acordo com o pesquisador, onde a planta é irrigada e mais adulta, os danos da friagem são mais amenos. Como não é o caso da plantação do estado, o prejuízo pode ser grande.

Otimismo
Apesar do problema no plantio, José Reis é otimista e espera contar com uma ajuda do tempo.

"Espero que possa chover o mais rápido possível para que a gente possa minimizar esse sofrimento aqui", disse.

Produtores
Dados de 2016, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que o principal produtor de açaí do Brasil é o Pará de onde foram extraídas mais 131 mil toneladas no ano. Em seguida aparecem Amazonas, Maranhão, Acre, Amapá e Rondônia.


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