Com documentário 'Nordestinos no Acre', alunos são finalistas em Olimpíada de Língua Portuguesa
Alunos de 314 escolas do Acre se inscreveram para participar desta edição do prêmio. Ao todo, foram 1.582 inscrições nas cinco categorias por gênero textual.
Por Alcinete Gadelha, G1 AC — Rio Branco
Três estudantes do Acre foram selecionados como finalistas da 6ª Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro,
que premia as melhores produções do 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do
ensino médio.
Com o documentário
"Nordestinos no Acre" eles estão entre os 19 finalistas do país, com
supervisão da professora Ynaiara Moura.
Alunos de 314 escolas do Acre se inscreveram para
participar desta edição do prêmio. Ao todo, foram 1.582 inscrições nas cinco categorias por gênero textual, com
adesão de todos os municípios acreanos. Em todo país, foram 171.035 inscrições.
Eloís Eduardo do
Santos, Thomaz Menezes, de 17anos, e Raele Brito, de 16, estudantes do 2º ano
da escola Humberto Soares foram selecionados para a etapa final na categoria documentário,
na semifinal que ocorreu entre os dias 11 e 13 de novembro, em São Paulo.
"A gente foi passando etapa por etapa e cada uma foi uma
emoção muito grande. Quando ganhamos a municipal, já ficamos pensando no
tamanho da responsabilidade que é representar Rio Branco e quando chegou a
notícia que estava na semifinal, a emoção foi muito grande", contou
Santos.
A final da Olimpíada, que tem como tema O
Lugar Onde Vivo Vai, vai ser nos dias 8 e 9 de dezembro, em São Paulo, e os
alunos que acabaram de chegar da última etapa estão ansiosos pela próxima fase.
Raele Brito, que também está no grupo
finalista, disse ao G1 que a final é importante para eles por todos os desafios
que enfrentaram para chegar a té lá.
"Tenho muita esperança que a gente
vai ganhar. A gente é capaz e eu acredito. A gente passou por um desafio muito
grande e quando recebemos a notícia de que estávamos na final foi uma alegria
muito grande", contou a estudante.
Thomaz Menezes disse que quando recebeu a
notícia ficou sem acreditar, mas, depois de um tempo a ficha caiu e agora está
a expectativa de sair da final com o título. E relembra qu, para o trabalho
chegar à final, teve muito trabalho em equipe e votação entre os três para
escolher o melhor tema.
"Nós temos familiares que vieram
do nordeste e foi daí que a gente montou o documentário. Então, é uma
responsabilidade nossa representar o Acre, então a expectativa é grande. Quando
soube que era oficial, pulei de alegria", disse.
Categorias
Ao todo, são cinco categorias, sendo
que esse ano, o gênero documentário foi incluído nas opções. Na última edição,
o Acre teve dois finalistas em artigo de opinião e mais um no gênero crônica.
Fruto de parceria entre o Itaú Social e o Ministério da
Educação (MEC), sob a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em
Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), o objetivo da Olimpíada é apoiar
os professores da rede pública no aprimoramento das práticas de ensino de
leitura e escrita.
Os professores fazem oficinas de produção de texto com os alunos
do 5º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio.
A professora Ynaiara Moura, coordenadora
da equipe finalista disse que os estudantes passaram por uma formação e
realização de oficinas para que pudessem executar as produções.
"Eles decidiram contar a história
dos nordestinos que vieram aqui para o Acre durante o ciclo da borracha. E a
avó da Eloís, chegou ao Acre aos 10 anos de idade, porque o pai dela tinha
muita vontade de conhecer e estado e ela veio para cá muito nova. E o tema do
documentário é esse que conta um pouco do ciclo da borracha. Eles comentam
sobre as comidas típicas, a vinda dos nordestinos para o Acre, gravaram também
em alguns pontos turísticos, como a Gameleira", explica.
Toda a produção foi feita pelos alunos e
a professora deixou que a criatividade deles fosse colocada em ação. Usando
celulares, eles gravaram, usaram editores de imagens e chegaram à final da
Olimpíada.
"Nós fomos os primeiros a sermos
projetados na tela. É tanta emoção sabe! Era grito, era choro, erguemos a
bandeira do Acre e a gente vê que apesar das dificuldades da sala de aula, o
projeto valoriza muita o trabalho do professor", comemora.
A professora diz ainda que os investimentos no ensino foram
importantes para que eles chegassem até a final.
"Nós tivemos
oficinas maravilhosas, que a gente nunca sonhou em trabalhar como, por exemplo,
editores da rede globo, repórteres, professores de universidades. Então, eles
tiveram um cuidado maravilhoso", conclui.