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Estudante de Psicologia, autista termina graduação com TCC sobre o transtorno no Acre

"Eu venci as berreiras e os estereótipos pra dizer que uma pessoa com autismo tem muitas possibilidades"
EVERTON DAMASCENO, DO CONTILNET
“A descoberta me fez enxergar onde eu queria chegar”. Assim disse o futuro psicólogo de 24 anos, Jorge Luiz Cavalcante, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) há exatamente 2 anos, que foi aprovado com nota máxima em sua defesa de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) nesta sexta-feira (13), no Centro Universitário U:VERSA, que antes era FAAO.
A monografia apresentada por Jorge tem como tema “Transtorno do Espectro Autista: características e intervenções na Gestalt-terapia”.
Jorge Luiz descobriu o transtorno quando tinha 22 anos/Foto: Arquivo pessoal
Isso mesmo. O último e o mais importante trabalho de sua graduação tem a ver com o transtorno que acompanha toda a sua vida e os atendimentos clínicos que realizou no estágio final do curso com pessoas também autistas.
“Eu fui diagnosticado há aproximadamente 2 anos, quando eu já cursava Psicologia e havia decidido fazer terapia. Eu percebia algumas de minhas limitações na adolescência, mas aquilo não era muito claro pra mim. Quando fui a um psicólogo e, em seguida, ao psiquiatra, identifiquei o que de fato ocorria comigo. Eu sou autista. Hoje, falar sobre o meu estilo de vida em teoria e prática, pesquisas em que decidi me aprofundar, além da conquista que fiz, é muito gratificante”, declarou.
Sobre reconhecer dificuldades e vencê-las, o quase Psicólogo disse que sua história mostra que é possível transpor barreiras e estereótipos a respeito do TEA.
“Não foi fácil, eu admito. Logo que descobri, tudo em minha vida mudou, principalmente a forma como eu me via, mas a descoberta me fez enxergar onde eu queria chegar. Depois de um tempo, decidi que estudaria muito mais sobre minha condição e, a partir da minha profissão, ajudaria outras pessoas com o mesmo quadro, que nada tem a ver com incapacidade, mas ‘um jeito diferente de ser no mundo’. Eu venci as berreiras e os estereótipos pra dizer que uma pessoa com autismo tem muitas possibilidades e pode sim fazer o que sonha fazer”, enfatizou.
Luiz disse ao ContilNet que tem um outro grande sonho, que é trabalhar em clínica (sua maior paixão na Psicologia) para ajudar outras pessoas a “conquistar novas perspectivas”.
“Eu quero continuar atendendo pessoas com autismo. A clínica, que é o espaço que mais amo na Psicologia, é ideal para isso”, finalizou.

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