No AC, ministros das Relações Exteriores e Desenvolvimento anunciam R$ 45 milhões para recuperação de estradas
Recurso deve ser direcionado para obras de recuperação da rodovia AC-10, que liga Rio Branco a Porto Acre, e na duplicação de parte da rodovia AC-405, em Cruzeiro do Sul.
Os ministros Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, chegaram ao Acre nesta sexta-feira (25) para anunciar recursos de R$ 45 milhões destinados para obras em rodovias no interior do estado. Eles cumprem duas agendas, uma na capital acreana, Rio Branco, e outra no município de Cruzeiro do Sul.
O valor, segundo o governo estadual,
deve ser direcionado para obras de recuperação da rodovia AC-10, que liga Rio
Branco a Porto Acre, e na duplicação de parte da rodovia AC-405, em Cruzeiro do
Sul.
Restaurar a rodovia AC-10 é um dos
pontos que constam nas promessas de governo de Gladson
Cameli. O objetivo, segundo o documento, é permitir a integração
na região de abrangência dessas rodovias, pois a área possui grande produção
agroindustrial.
“Estamos aqui com a bancada federal
incorporada demonstrando nosso compromisso com o país e com o Acre em especial.
O embaixador Ernesto Araújo também
está aqui presente porque, ao mesmo tempo em que estamos esperando recursos
para obras de duplicação de estradas estaduais, estamos discutindo junto com o
governador, senadores, a bancada, e com o nosso embaixador, que é o chanceler
do Brasil, justamente essa viabilidade da saída do comércio de serviços a
partir do Acre até o Peru”, disse o ministro do Desenvolvimento Regional,
Rogério Marinho.
Marinho
falou que é um compromisso do governo federal que as regiões norte e nordeste,
que, segundo ele são as regiões “mais deprimidas do ponto de vista econômico”,
ter um olhar diferenciado do governo.
“Tenho tido a cobrança permanente do
presidente para nós termos o compromisso desta integração da região norte com a
América do Sul. Um exemplo disto é a questão da conectividade. Recentemente,
foi lançado um programa governamental de que a fibra ótica chegará aos estados
do norte do país fortalecendo o meio de comunicação e a ligação já existente
para evitar, inclusive, apagões. Há necessidade de termos esta integração, esta
conectividade, o futuro aponta neste caminho”, afirmou.
O governador do Acre, Gladson Cameli,
disse que o valor liberado para o estado vai ajudar a reconstruir as estradas e
que o Acre precisa muito deste recurso.
“Esses R$ 45 milhões vão ajudar, eu
tenho feito de tudo, ficamos muito felizes quando essas oportunidades se abrem
porque eu estou recomeçando tudo, reconstruindo tudo, alias, eu não, nós
estamos, são obras inacabadas que estão sendo concluídas, uma delas é a estrada
de Plácido de Castro, a de Mâncio Lima e muitas outras”, falou.
O senador Márcio Bittar falou
da liberação do recurso e da importância desse montante para o estado.
“Esses R$ 45 milhões serão usados em
duas obras bem importantes, em Cruzeiro do Sul, na duplicação daquele trecho da
estrada estadual que liga a cidade ao aeroporto, e aqui para recuperar a
estrada de Rio Branco a Porto Acre, que está muito perigosa. Agora falta só a
parte da burocracia. Mas, fundamentalmente, meu papel é conseguir o
recurso", afirmou.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, falou sobre a ligação do Acre
com o Peru. Embora não tenha anunciado nenhuma medida concreta
para que essa ligação seja feita, Araújo disse que a construção da estrada é
uma possibilidade de desenvolver o comércio e investimentos com um parceiro
tradicional do Brasil que, às vezes, é afastado por causa da infraestrutura.
"Faz parte desse nosso programa de completar, tornar realidade
sonhos de décadas de ligações oceânicas de vários tipos, como estamos fazendo
em Mato Grosso do Sul e Chile, queremos fazer com o Peru. O Acre tem um
interesse enorme de exportação agrícola e outros produtos, falamos muito disso
com o governador, senadores da banca do Acre. Isso só é viável com essa
ligação”, afirmou.
Araújo disse que o governo federal tem essa experiência de que quando é
feita a ligação entre as fronteiras gera riqueza dos dois lados, brasileiro e
estrangeiro.
“Isso é o que nós queremos, um trabalho local aqui entre as capitais,
estamos falando com as autoridades peruanas, de quem depende tudo isso, mas, do
lado brasileiro, total entusiasmo com essa obra”, garantiu.
Imigrantes
O ministro das Relações Exteriores falou também sobre a Venezuela, e a
situação de entrada de imigrantes pelo Acre e por outros estados do Brasil.
Araújo disse que a Operação Acolhida precisa
trabalhar para levar os venezuelanos para um lugar onde eles tenham condições
de trabalhar e, assim, não sobrecarregar os serviços locais.
“É o problema de Roraima e do Acre também. A solução só virá quando a
Venezuela se livrar do regime ditatorial que vive hoje. Então, a gente trabalha
para a restauração da democracia na Venezuela. É um regime que cria pobreza,
que expulsa os venezuelanos do país”, finalizou.