O Brasil melhorou muito o desempenho educacional na última década. Ainda assim, continua entre os últimos no rankig mundial
Estudo internacional encontrou uma relação entre os níveis de investimento nesse setor e os recursos naturais de que os países dispõem.
Os investimentos em educação de qualidade em países como o Japão e a
Coreia do Sul são maciços já há muitos anos. Por isso, o sistema
educacional deles se encontra num patamar muito superior ao do Brasil.
Estudo internacional encontrou uma relação entre os níveis de
investimento nesse setor e os recursos naturais de que os países
dispõem.
Terra fértil, rios fartos, minérios, petróleo. Quanto mais riquezas
naturais têm um país, maior o potencial de crescimento, certo? Nem
sempre é assim.
Um levantamento feito pela Organização Para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico, a OCDE, mostra que na maioria das vezes o que
acontece é exatamente o oposto. É o caso de Taiwan, diz Andreas
Schleicher, chefe da área de rankings de educação da OCDE no mundo e
responsável pelo estudo. Esse país, diz ele, tem que importar até areia,
mas apostou na educação para crescer.
“Eles sabem que o único caminho para gerar riqueza é investir nas
pessoas. Você não tem como extrair do solo, mas pode extrair da
inteligência. E esse padrão se repete em vários outros países que não
têm muitos recursos naturais, mas têm programas fortes de educação”,
explica Andreas.
O estudo usou como base os dados do programa internacional de avaliação
de alunos, o Pisa, que a cada três anos testa a compreensão de leitura e
os conhecimentos de matemática e ciências de jovens em 65 países,
incluindo o Brasil.
A OCDE examinou a relação entre as notas desses alunos e a importância
dos recursos naturais na renda de cada nação e descobriu que aquelas com
poucas riquezas foram as que mais investiram em educação.
É o caso de Cingapura, Japão, Finlândia, Liechenstein e Coreia do Sul,
que tiveram as melhores notas no Pisa. Nos últimos lugares ficaram
países como Arábia Saudita, Catar e Azerbaijão, onde boa parte da renda
vem do petróleo.
O Brasil melhorou muito o desempenho na última década. Ainda assim,
continuamos entre os últimos. Em 2009, entre 65 países ocupamos a 53º
terceira colocação no ranking mundial.
“O Brasil tem evoluído rapidamente, mas é preciso investir mais, ter
mais ambição em relação ao sucesso de seus alunos. A renda vinda dos
recursos naturais não pode ser gasta em consumo, ela tem que ser
investida no futuro, na educação das crianças, no capital humano. É
preciso investir nos professores, dando apoio e treinamento para
aprimorar a capacidade de ensino nas escolas, tudo isso é muito
importante para um país”, afirma Andreas.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/05/paises-com-poucos-recursos-naturais-investem-mais-em-educacao.html