'Partido é apenas uma ferramenta do movimento', diz Marina Silva
Ex-ministra esteve em Rio Branco para buscar apoiadores para Rede.
Sobre pesquisa, Marina diz não se iludir com números.
A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva esteve em Rio Branco, capital do Acre,
neste domingo (24) para buscar novos apoiadores à criação do partido
Rede Sustentabilidade, lançado em 16 de fevereiro deste ano. O
movimento, como é denominado por Marina, tem como objetivo coletar 500
mil assinaturas para garantir a criação da Rede.
Durante a visita, Marina ressaltou que o partido é apenas uma
ferramenta do movimento, que está agregado e integrado. "Por isso, digo
que o nome Rede tem dois trilhos: o da Rede partido, que é uma
ferramenta; e o da Rede movimento, que é muito maior do que o partido.
Nesse momento nós somos integrados como uma comunidade de pensamento, em
torno dessa visão de desenvolvimento, de pessoas que estão buscando e
criando um novo ativismo, que chamo de ativismo autoral", diz.
Segundo a ex-ministra, trata-se de um ativismo que parte do
desenvolvimento das pessoas, daquele cidadão que se coloca como sujeito e
não como espectador dentro de um espaço político amplo.
"O esforço é transformar esse autoral em coautoral, o individual em
projeto coletivo. Na realidade do Brasil essa integração já existe,
tanto que ficamos dois anos como movimento. É apenas uma pequena parte
do movimento que está se transformando no partido", garante.
Marina Silva destacou ainda que a passagem por Rio Branco
serviu também para a promoção de um encontro com o intuito de discutir
as propostas e, com isso, criar a possibilidade de estabelecer o
programa da Rede. O debate ocorreu no Cine Teatro Recreio.
"Vamos fazer os seminários com os diferentes setores da sociedade e
partir daquelas diretrizes de 2010 e estabelecer o programa da Rede até o
próximo congresso, que deve ser realizado no próximo ano", comenta.
'Não devemos cair na armadilha da antecipação'
Questionada sobre a pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira (22),
que a posicionou atrás de Dilma Rousseff na preferência dos eleitores
para as eleições presidenciais de 2014, Marina Silva
afirma se sentir feliz e mobilizada, já que o resultado, segundo ela,
reflete o potencial da nova visão de política, de desenvolvimento e de
país que o movimento representa.
"Ficamos felizes e mobilizados pelo fato de perceber que as propostas
que defendemos em 2010, têm acolhimento na ação política dos cidadãos
brasileiros. O que ficamos felizes é que aquilo que estamos dizendo em
termos de pensar o desenvolvimento econômico, social do Brasil e ao
mesmo tempo preservando as bases naturais do nosso desenvolvimento, de
fato tem uma potencialidade muito grande", analisa.
Para a ex-senadora, o momento é oportuno para a discussão de propostas e
alinhamentos políticos programáticos. Ela ressalta que não se deve
deixar cair na armadilha da antecipação das eleições.
"Insisto que esse é o momento do intervalo para discutir propostas,
ideias, uma agenda para o Brasil, fazer os alinhamentos políticos
programáticos e não cair na armadilha da antecipação das eleições.
Prefiro associar essa manifestação dos cidadãos, como o processo de
avaliação que estão fazendo para sua escolha que será no momento
oportuno", conclui.
G1