Pesquisas provam que açaí da Amazônia derruba o colesterol alto
A ciência só não conseguiu explicar até hoje um milagre do açaí: quem consome a frutinha fica com o coração um pouquinho paraense.
Açaí Abençoado. Açaí do Bom. Super Açaí. Em Belém do Pará, em cada
esquina, um elogio aos poderes do açaí. E não é para menos: é a base da
comida paraense.
Alimento de qualidade que não falta na casa de Joubert, que vive da
produção da fruta. No Pará, se come com farinha. Pode ser a qualquer
hora. Café da manhã, lanche, almoço ou jantar.
É um hábito que uma cardiologista da Universidade Federal do Pará decidiu investigar. O açaí faz mesmo tão bem?
O primeiro resultado foi a descoberta de novos consumidores, que
gostaram e se lambuzaram. Os pesquisadores compararam dois grupos de
coelhos, os que tomaram e os que não tomaram açaí. E depois fizeram
exames clínicos.
“Chegamos à conclusão que o açaí pode ser benéfico, pode melhorar
doenças cardiovasculares. Pode impedir que o colesterol suba muito, pode
impedir que os triglicerídios subam muito”, aponta Claudine Alves Feio,
cardiologista da UFPA.
A pesquisadora explica que isso se deve aos fitoesteróis, substâncias presentes em quantidade no açaí.
“Esta substância vai competir na parede do intestino com o colesterol.
Ela tem maior afinidade para penetrar na parede do que o colesterol.
Então, ela penetra no lugar do colesterol e o colesterol é eliminado
através das fezes”, explica Claudine.
Qualidades como estas fizeram a fama do açaí mundo afora e estão
fazendo uma cidade ficar cada vez mais famosa. Igarapé Mirim, a capital
mundial do açaí. É o município que mais produz açaí no Brasil.
O Luis e a Rosangela comandam o restaurante dos funcionários de uma
grande companhia. É uma correria para alimentar tantas pessoas e os dois
acabam se descuidando da própria alimentação.
“Quando dá 10h45, eu gosto de experimentar como está o sabor, a textura, o tempero”, diz Luís Fabri, empresário.
O resultado foi colesterol alto demais. No ano passado, a doutora
propôs a eles uma reeducação alimentar. Eles passaram a consumir mais
saladas e comidas integrais. Como a dieta não surtiu todo o efeito
desejado, há dois meses, ela sugeriu um novo desafio para eles.
“Depois do trabalho que ela fez na universidade, ela nos propôs se a
gente queria entrar neste projeto que era substituir o remédio pelo
açaí”, conta Luís Fabri.
Luis, catarinense, não tinha o hábito. Eles tomaram o açaí durante um
mês, como lanche no meio da manhã, sem açúcar, e muito menos farinha. E
mantiveram a alimentação equilibrada.
“Eu estou aqui com os exames laboratoriais de vocês. Por exemplo, houve
uma redução de 19% no seu colesterol. E de triglicerídeos uma redução
de 23%. A Rosangela teve uma redução de 18% no colesterol, e dos
triglicerídeos 32%”, conta a médica.
“Eu fiquei surpresa, porque meus trigicerídeos estavam só aumentando.
Tomei o açaí e está melhorando. A doutora só me dá respostas boas”,
afirma Rosângela Maia, empresária.
A ciência só não conseguiu explicar até hoje um milagre do açaí: quem
consome a frutinha fica com o coração um pouquinho paraense.
“Sou apaixonado por este estado maravilhoso, mas o açaí, com certeza, prende mais a gente aqui”, completa Luís.http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2013/04/pesquisas-provam-que-acai-da-amazonia-derruba-o-colesterol-alto.html