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Mais de R$ 1,1 bi em investimentos e conclusão da BR-364 ainda é incerta

As obras da BR-364, iniciadas há mais de uma década, sentido Rio Brancoe Cruzeiro do Sul, cidade localizada a cerca de 696 km da capital, ainda estão longe de chegar ao fim. Ao todo, os investimentos somam mais de R$ 1,1 bilhão, entre ações de recuperação e pavimentação de trechos.

Apesar do alto valor aplicado desde que a estrada foi aberta em 2011, diversos problemas são enfrentados. As más condições em vários trechos e cerca de 43 km que ainda precisam ser concluídos entre as cidades de Feijó , Manoel Urbano, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, atrapalham produtores e motoristas que trafegam diariamente pelo local.

As obras são efetuadas pelo governo do estado, que conta com o apoio de recursos provenientes do governo federal, repassados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), para pavimentação. Já para a recuperação e manutenção dos trechos, que também são de responsabilidade do estado, os recursos aplicados são próprios, fator que tem onerado muito a receita.

De acordo com o diretor-presidente do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), Ocirodo Oliveira Júnior, o estado chegou a gastar cerca de R$ 30 milhões somente em manutenção. Ele destaca a possibilidade do Dnit assumir a obra em sua totalidade ainda este ano.

"A previsão orçamentária somente para conclusão do trabalho se aproxima dos R$ 100 milhões. Se somado com o valor para recuperação, o investimento deve alcançar os R$ 200 milhões neste ano", diz.

A manutenção da estrada é feita pelo estado desde o ano 1999. Para Ocirodo Júnior o esforço feito pelo estado nesse período pode ser considerado algo sobre-humano. "Não temos condições mais de manter essa estrada com recursos do estado. O compromisso acordado foi de que o Acre vai recuperar os trechos esburacados e o Dnit vai receber definitivamente os trechos. Vai ser um volume muito grande de obras", justifica.

O diretor-presidente do Deracre garante que a gestão vai lutar para concluir a estrada ainda em 2013, até o fim do verão. "Temos muitos adversários, como o solo da nossa região, por exemplo, que é muito ruim. É um custo muito elevado fazer uma obra como essa. Nos anos todos que se lutam, mais de R$ 1,1 bilhão foram investidos e ainda não conseguimos concluir, mesmo executando as obras dentro de todos os padrões técnicos que o Dnit exige", afirma Júnior.
Condições da estrada preocupa produtores As más condições de alguns trechos da BR-364 entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul deixam os produtores da região preocupados com o futuro. 
Apesar da abertura da rodovia proporcionar avanços e melhorias para aquela população, que antes vivia isolada pela ausência de acesso, alguns observam a necessidade de uma manutenção mais eficaz da via. "Preocupa e muito. 

Uma estrada dessas que nem foi entregue ainda, nem foi finalizada e já está nessas condições, imagine daqui a dois anos. Vamos ficar sem estrada. Vim para cá plantar e produzir, mas estou vendo a hora ir embora, porque não tem condições", diz o pecuarista Ricardo Paiva Nobre. 

O que falam é que a terra não permite que façam uma estrada melhor, o que não é verdade" Ricardo Paiva Nobre, pecuarista "Trabalhamos em cima de produção. Condições de escoamento é o mínimo que o governo pode oferecer para a gente. Se for oferecido pelo governo ao produtor condições de mercado e estrada que garanta o escoamento, nós já estamos bem. 

O que falam é que a terra não permite que façam uma estrada melhor, o que não é verdade. O problema é que aqui foi tudo mal feito", afirma. O agricultor Osmar Ferreira da Cruz, que há 12 anos mora no km 60 da estrada entre Sena Madureira e Manoel Urbano, ressalta a importância da estrada em bom estado para as famílias. "A vida melhorou bastante, 100% em vista do que era, apesar de já ter muitos buracos. Se não tiver a manutenção a estrada vai acabar. 

É o mais importante, fundamental. Sem a estrada, ficamos no sofrimento como era antigamente. No período do inverno sofremos muito. Eu mesmo, só faltei desmaiar no sol quente cortando a lama que predominava na estrada. Não conseguia tirar produto nenhum, agora que está sendo possível", conta.
Mudanças significativas A dona de casa Rosinete Mendes de Jesus mora há nove anos no km 54 da estrada entre Sena Madureira e Manoel Urbano. Para ela e sua família, tudo mudou para melhor, após a abertura da BR-364. "Mudou muita coisa, hoje está muito mais fácil. Para irmos à cidade era uma dificuldade muito grande. Daqui para o local que meus filhos estudavam precisavam andar uns quatro quilômetros. No período de lama então, tudo era mais difícil", declara. 

Atualmente, sua casa possui energia elétrica, recurso que não estava disponível na época em que a estrada ainda não existia. Naquele período, a família contabilizava prejuízos com frequência, como a perda de carnes e outros alimentos perecíveis, por exemplo, por falta de local adequado para armazenar. "Antes não tínhamos nada, hoje temos uma televisão, um sonzinho. Tivemos muitos prejuízos. A solução com a carne, por exemplo, era salgá-la para evitar que estragasse, mas mesmo assim perdíamos muita coisa", afirma. 
G1

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