Levantamento aponta que 63% dos municípios do Acre estão inaptos a fazer convênios com o governo federal
Investimentos caíram e já afetam a economia das cidades. 9 municípios estão aptos a receber transferências voluntárias. Falta capacidade técnica. Prefeitos reclamam de poucos recursos e da dificuldade de manutenção de programas.
Levantamento feito pela reportagem
aponta que 63% dos municípios do Acre estão este mês inaptos a fazer
convênios com o governo federal. Apenas 9 cidades podem receber verbas
de transferências voluntárias, recursos que podem ser utilizados para
reformar e ampliar postos de saúde, para obras de drenagem e
pavimentação, reformas de escolas e creches e até para construção de
equipamentos de lazer.
Segundo a Associação dos Municípios do
Acre (AMAC) as cidades inaptas têm restrição no Cadastro Único de
Convênios (CAUC), uma espécie de Serasa das prefeituras. As cidades mais
isoladas do Acre, no Alto Juruá: Santa Rosa do Purus, Porto Walter e
Marechal Thaumaturgo estão inadimplentes.
Mas a falta de capacidade técnica
atinge gestores de todas as regiões. No Alto e Baixo Acre as prefeituras
de Capixaba, Assis Brasil, Plácido de Castro, Acrelândia e Porto Acre
figuram entre as impedidas de contratar. A AMAC acrescenta a
inadimplência de algumas cidades com a Eletrobrás, critério que também
torna a prefeitura impeditiva.
A Confederação Nacional dos Municípios
(CNM) que promoveu nesta semana a Marcha Nacional dos Prefeitos em
Brasília, cita que além da falta de capacidade técnica os municípios
chegaram ao fim do poço porque o governo oferece programas em que os
gestores têm dificuldades de arcar com a manutenção e acabam deixando de
pagar obrigações como o INSS para manter as ações. O reajuste nos
repasses dos programas federais é um dos pontos apresentados na Carta
dos Prefeitos à presidente Dilma Rousseff.
Sem a verba das transferências
voluntárias, as cidades contam com as transferências constitucionais e
legais — distribuição de recursos oriundos da arrecadação de tributos
federais ou estaduais aos estados, Distrito Federal e municípios —, como
o Fundo de Participação dos Municípios e a Lei Kandir. Recebem ainda
verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Com a maioria dos municípios sem poder
receber, os investimentos caem muito. Mesmo cidades adimplentes, como
Xapuri, encontram dificuldades para manter obras de infraestrutura
urbana. O município que já foi conhecido como a “princesinha do Acre”,
está cheio de buracos e lixo.
Muitos convênios são para custeio. O
prefeito da cidade de Assis Brasil, Humberto Filho, o Dr. Betinho,
confirmou a perda de recursos do Ministério das Cidades e da Integração
devido quatro inadimplências ainda pendentes.
“Ontem mesmo conseguimos sair de uma
das inadimplências com o INSS, mas das 11 que herdamos, ainda existem
quatro pendências que queremos acabar até o final de agosto”, disse Dr.
Betinho.
O prefeito da cidade de Acrelândia,
Jonas da Farmácia, falou das pendências com a Caixa Econômica Federal,
mas disse que a maior dificuldade enfrentada pelas cidades é a falta de
recursos. Ele conta que nos últimos três meses o executivo ficou
praticamente impossibilitado de realizar investimentos.
“Pegamos uma cidade sem maquinário,
com pagamento de FGTS atrasado, isso tem dificultado muita a gestão, mas
a expectativa é de um segundo semestre de mais resultados”, disse
Jonas.
Veja a lista das cidades que estão aptas a contratar com o governo federal:
- Rio Branco
- Cruzeiro do Sul
- Bujari
- Epitaciolândia
- Mâncio Lima
- Rodrigues Alves
- Sena Madureira
- Xapuri
- Brasileia
http://www.ac24horas.com/2013/07/13/levantamento-aponta-que-63-dos-municipios-do-acre-estao-inaptos-a-fazer-convenios-com-o-governo-federal/
- Cruzeiro do Sul
- Bujari
- Epitaciolândia
- Mâncio Lima
- Rodrigues Alves
- Sena Madureira
- Xapuri
- Brasileia
http://www.ac24horas.com/2013/07/13/levantamento-aponta-que-63-dos-municipios-do-acre-estao-inaptos-a-fazer-convenios-com-o-governo-federal/