Após Caso do Deputado Donadon: Câmara aprova por unanimidade PEC do Voto Aberto no Congresso
Todos os 452 deputados presentes votaram a favor; texto vai ao Senado.
Iniciativa foi resposta à votação que livrou Natan Donadon da cassação.
Uma semana após livrar da cassação
o deputado Natan Donadon (sem partido-RO) em uma votação secreta, a
Câmara aprovou nesta terça-feira (3), por unanimidade dos 452 votantes, a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que determina voto aberto em
todas as votações do Congresso Nacional. O projeto ainda precisa ser
aprovado em dois turnos pelos senadores.
De autoria do ex-deputado Luiz Antônio Fleury (PMDB-SP), a proposta
estava engavetada na Câmara desde 2006, à espera da apreciação em
segundo turno. Mas, por falta de acordo, a PEC foi retirada de pauta
diversas vezes ao longo dos últimos sete anos.
Diante da repercussão negativa do caso Donadon, os líderes da Câmara
decidiram na manhã desta terça resgatar o projeto de Fleury para tentar
dar uma resposta rápida à opinião pública. A PEC do ex-parlamentar
paulista era a única que estava em condições de ser submetida nesta
semana ao plenário.
“Essa página [caso Donadon] está virada. Agora, vamos fazer coisa
positivas e melhores, a partir de hoje à noite. Este é o verdadeiro
retrato do plenário desta Casa. Se Deus quiser, a partir de hoje a
fotografia só tende a melhorar”, disse Henrique Alves após a votação.
O texto sugerido por Fleury põe fim ao voto secreto em todas as
deliberações da Câmara, do Senado e do Congresso Nacional. A PEC também
estende seus efeitos às Assembleias Legislativas dos estados, à Câmara
Legislativa do Distrito Federal e às Câmaras Municipais.
A proposta aprovada pelos deputados, apresentada em 2001, gera polêmica
no Legislativo. Além de acabar com as votações sigilosas para perda de
mandato de parlamentares por falta de decoro e condenação criminal, o
projeto abre, por exemplo, os votos em eleições das mesas diretoras e
nas apreciações de vetos presidenciais.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta
terça que preferia ter colocado em votação outra PEC, de autoria do
senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que propõe votações abertas apenas para
processos de perda de mandato. Mas ressalvou que o texto vem sofrendo
obstrução de alguns partidos na comissão especial criada na Câmara para
analisar a proposta.
G1