Congresso quer mais disciplinas na sala de aula
Enquanto o Ministério da Educação defende uma redução da grade de
disciplinas no ensino médio, congressistas apresentam propostas para
incluir novas matérias ou conteúdos em sala de aula.
Somente na comissão de educação da Câmara dos Deputados, 31 projetos
foram apresentados nos últimos cinco anos com sugestões de mudança no
currículo.
Alguns projetos sugerem estender para uma outra etapa do ensino
conteúdos já previstos nas diretrizes definidas pelo CNE (Conselho
Nacional de Educação).
É o caso de proposta que obriga o ensino do espanhol na rede pública desde o 1º ano do ensino fundamental.
Hoje, o curso de espanhol é uma das opções para a escola, que deve
inserir o ensino de pelo menos uma língua estrangeira a partir do 6º ano
do fundamental --quando o aluno tem cerca de 11 anos.
NOVOS CURSOS
Outros projetos criam novas disciplinas ou conteúdos --como aquele que
defende a matéria "Introdução ao Direito" no ensino médio ou de "Leitura
e Educação para as Mídias" no ensino médio e parte do fundamental.
"Na era da midiatização, a maioria das crianças e dos jovens gasta entre
8 e 10 horas por dia consumindo mídias, ou seja, o dobro do tempo que
ficam na escola", questiona no texto o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
autor do projeto. "Afinal, quem mais influencia essas crianças e
jovens, a escola ou a Mídia?"
Educadores criticam as propostas do Legislativo.
"Do jeito que o Congresso Nacional vai, não há carga horária que dê
conta. A cada lobby você aprova uma inclusão", critica Daniel Cara.
Hoje há uma tendência de que os estudantes fiquem nas escolas por mais
tempo. Também por isso é necessário rever as disciplinas e suas cargas
horárias.