Indígenas de Feijó receberão 480 casas do Programa Nacional de Habitação Rural
Em 15 dias os primeiros tijolos começam a ser assentados para a
construção das primeiras 50 unidades habitacionais na Aldeia Morada
Nova, na Terra Indígena Katukina-Kaxinawa, em Feijó. As casas fazem
parte do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), que foi lançado
pelo governador Tião Viana na última sexta-feira, num investimento de R$
14 milhões.
"O custo total de uma casa é de quase R$ 60 mil com toda a logística
necessária, ramais, transporte. O custo da saca de cimento orçado no
programa é de R$ 13, valor de Brasília, mas para chegar aqui custa R$
40. A realização das obras da parceria e do trabalho integrado entre o
governo estadual e as prefeituras. É por isso que aqui no Acre o
programa tem dado certo e tem chamado atenção de outros estados.”
Tião lembrou que o programa habitacional traz outros benefícios. “Eu
como médico fico feliz em ver uma casinha como esta. É uma emoção ver as
primeiras casas ficarem prontas e imaginar como as crianças estão sendo
acolhidas e terão um novo destino. Uma casa como esta que tem um
banheirinho do lado vai reduzir a mortalidade infantil, as crianças vão
adoecer menos. E isso traz alegria pro nosso coração”, disse.
Em Feijó serão construídas 480 unidades habitacionais
divididas em 12 aldeias. “Há mais de um mês a liderança da Morada Nova
nos procurou entusiasmado com esse sonho de trazer o programa para o
povo indígena de Feijó. Os nossos povos terão casa de qualidade, sem
fugir das tradições e da cultura
indígena. Vamos cumprir o cronograma de entregar as unidades até
dezembro e outros contratos deverão ser assinados dentro de 30 dias”,
disse o secretário de Habitação, Rostênio Souza.
O PNHR atende prioritariamente agricultores, extrativistas,
piscicultores, ribeirinhos, povos indígenas e comunidades tradicionais.
“Este é um projeto
super importante para as terras indígenas contempladas neste programa. O
total de investimento nas três terras que já foram contempladas é de R$
20 milhões. Além disso o governo tem investido na construção de escolas
indígenas, na fiscalização das terras e na produção agrícola”, disse o
assessor especial para Assuntos Indígenas, Zezinho Kaxinawá.
Carlos Brandão, representante da Funai local, comemorou o benefício.
“Nós somos índios, mas também merecemos morar numa casa digna e hoje o
governador Tião Viana e a presidente Dilma Rousseff vem trazer essa
alternativa para os povos indígenas. Não é só falar, mas casas estão
sendo construídas e por isso nós acreditamos”.
A deputada Perpétua Almeida participou do lançamento do programa na
aldeia Morada Nova. “Nunca na história do Brasil as comunidades
indígenas tiveram tanta importância. A presidenta Dilma teve a
preocupação de observar que quem está nas comunidades indígenas precisa
de uma atenção especial. São 31 mil reais para cada casa, pagando apenas
uma pequena parte, em três anos. Só uma presidenta mulher para ter esta
sensibilidade”, comentou.
Manoel Kaxinawá, liderança indígena, agradeceu o benefício e o
reconhecimento dos povos indígenas pelo governo do Estado. “Não tem nada
melhor do que ter um teto e poder dormir sem estar preocupado com a
chuva caindo na sua cabeça através do telhado, e saber que seus filhos e
sua mulher estão em segurança. Isso é dignidade e isso também é
resultado da luta dos povos indígenas, que encontraram apoio neste
governo”.
O prefeito de Feijó, Merla Albuquerque, ressaltou o
compromisso do governo federal ao oferecer as unidades habitacionais com
subsidio quase total. “Hoje o beneficiário pega R$ 31 mil e devolve
apenas R$ 1,3 mil, de forma parcelada, um valor que não paga nem o
serviço. As diferenças culturais
são reconhecidas, respeitadas na hora de construir as casas. Além da
casa tem todo um trabalho integrado com a melhoria dos ramais, o
programa Luz para Todos”, comentou.
Tatiana Campos/Agência de Notícias do Acre