Trecho sem fiscalização na BR-364 oferece perigo para motoristas
Acidentes no trecho entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul preocupam.
PRF-AC diz que efetivo reduzido impede o monitoramento do trecho.
Ao menos 500 quilômetros da BR-364, entre os municípios de Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, ainda não são fiscalizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Caminhoneiros que utilizam a rodovia relatam históricos de imprudência por parte de muito condutores, principalmente excesso de velocidade.
O acidente envolvendo um carro e um caminhão que matou duas pessoas na BR-364 próximo a Cruzeiro do Sul (AC), nesta quinta-feira (10), deixou muitos caminhoneiros preocupados com a ausência de fiscalização no local. Segundo a Polícia Militar (PM), o veículo estava em alta velocidade e teria tentado uma ultrapassagem em local proibido.
O caminhoneiro Aureliano Gomes Ferreira, de 38 anos, que trouxe um carregamento de Belo Horizonte (MG) para Cruzeiro do Sul, pela primeira vez, relata a falta de fiscalização. “É um trecho muito deserto, sem borracharia, restaurante e, principalmente, fiscalização. É necessário mais apoio para quem utilizada essa estrada, existem muitos buracos e nos locais bem pavimentados o perigo é constante devido ao excesso de velocidade”, alerta.
O chefe da Circunscrição Regional de Trânsito (1ª Ciretran), Valdeci Dantas, concorda que a falta de fiscalização tem contribuído para a ocorrência de acidentes. Segundo ele, apenas no trecho de pouco mais de 200 quilômetros entre Tarauacá e Cruzeiro do Sul já ocorreram quatro mortes este ano, todos os casos com indícios de que houve excesso de velocidade.
“Nós realizamos um trabalho periódico de educação e conscientização ao longo da rodovia, ainda temos um posto de fiscalização da Polícia Militar que atende todos os tipos de ocorrências e monitora a BR-364, no entanto, nós somos impedidos de lavrar autos de infração de trânsito por se tratar de uma rodovia federal”, ressalta Dantas.
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De acordo com o inspetor da Polícia Rodoviária Federal do Acre (PRF-AC), Nelis Newton, o efetivo reduzido impede o monitoramento desse trecho da rodovia em direção a Cruzeiro do Sul. Ele informou ainda que atualmente as equipes só se deslocam para atender acidentes, ou quando ocorrem operações.
“Existe a expectativa de que em breve o nosso efetivo seja dobrado com a contratação de mais policiais, quando isso acontecer vamos cobrir todo esse trecho. A PRF-AC tem projeto instalar delegacia em Cruzeiro do Sul e um posto de fiscalização em Tarauacá ou Feijó”, informou Newton.
G1
