Artilheiro do Campeonato Acriano leva vida dupla

Cabañas trabalha também como frentista

Tonho Cabañas, 31 anos, artilheiro do Campeonato Acriano 2016. O apelido é uma referência ao ex-jogador paraguaio Salvador Cabañas, carrasco dos times brasileiros na Libertadores de 2008, quando jogava pelo América do México.

Em 2010 uma tragédia o afastou dos gramados, Cabañas foi alvo de um disparo de arma de fogo na cabeça em uma casa noturna no México, felizmente o ídolo paraguaio sobreviveu, deu a volta por cima.

O Cabañas do Acre diz que recebeu o apelido quando jogava futsal, segundo ele, pela semelhança física com o astro do futebol paraguaio. “Na verdade, o apelido foi justamente pelo peso, a aparência física de Cabaña, que estava acima do peso”.

O acriano Cabañas também pode ser considerado um exemplo de força de vontade e superação. Mesmo acima do peso e sem tempo de se dedicar integralmente ao futebol, ele conseguiu um feito inédito na carreira, marcou cinco gols em quatro jogos. De quebra, virou o maior artilheiro da história do Galvez, time que defende no campeonato estadual.

Dona Maria Alfiza, mãe do artilheiro, fala do orgulho que sente do filho. “Ele, para mim, é tudo. Ele trabalha de manhã e, quando é à tarde, ele vai para o treino. Ele é esforçado”.

Ela conta ainda sobre as dificuldades que passaram para realizar o sonho de Cabanãs. “Passamos dificuldades, sim, pois era só o pai dele para trabalhar de pedreiro e era muito difícil, antes jogador não ganhava salário né”.

Quando não está em campo, Tonho veste outro uniforme, diferente do artilheiro paraguaio famoso, que ganhou a vida jogando futebol, o Cabañas acriano precisa ralar, e muito, dentro e fora dos gramados.

“Eu trabalho de frentista e jogo futebol”, ele diz ainda que trabalha de 6h ao meio dia, e às 15 horas entra no treino para fazer o que gosta, “marcar gols é mais fácil, porque desde os meus 12, 13 anos jogo nas categorias de base. 
Infelizmente aqui você tem que ter outra renda fora do futebol, mas, por enquanto, está dando certo. Enquanto puder, vou conciliar”.

agazeta.net