No AC, menina com doença de chagas ficou com lesão no coração, a contaminação ocorreu através do açaí
Informação foi confirmada pela médica que acompanha a menina.
Francisca Adrielly saiu da UTI há mais de uma semana e segue estável.
Diagnosticada com doença de chagas, a pequena Francisca Adrielly, de 12 anos, que estava na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital da Criança, em Rio Branco, ficou com uma lesão no coração, por causa da enfermidade, segundo a médica que a atende.
Ela deixou a UTI da unidade há mais de uma semana e segue em tratamento na enfermaria da unidade. A contaminação ocorreu através do açaí.
De acordo com o pai, Hernandes Costas, de 41 anos, a filha se recupera bem, está se alimentando melhor e consegue fazer algumas caminhadas.
"Ela está bem melhor, antes não podia andar, pois estava muito fraca, cansada e inchada. Ela se alimentava, mas não como agora. Os médicos disseram que ela está respondendo ao tratamento. Perguntei como ela estava se sentindo e ela me falou que está muito melhor", conta.
Menina possui lesão no coração, diz médica
A coordenadora da UTI pediátrica, Socorro Elizabeth, diz que a menina passou por uma avaliação cardiológica que detectou um comprometimento cardíaco importante, porém, ao chegar no hospital ela permaneceu estável.
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"O comprometimento cardíaco é bem grave, o coração dela está dilatado e isso faz com que ela tenha esse cansaço. Ela ainda está em tratamento na enfermaria, não sei dizer quando ela pode receber alta. Até onde sabemos, as lesões cardíacas que ela apresenta não regridem, então, ela pode ter que continuar com um tratamento por um longo período", explica.
Apesar de feliz pela recuperação da filha, Costas relata que ao mesmo tempo se sente triste pela morte do filho, Francisco da Costa, de 18, e da nora, Celiana Silva, de 17, que morreram por causa da doença nos dias nos dias 26 e 29 de fevereiro, respectivamente.
Ele conta que a outra filha, Francisca Catiele Santana, de 24 anos, que também apresentou os sintomas, passou 20 dias na UTI do Hospital do Juruá em Cruzeiro do Sul e foi liberada na última segunda-feira (14). A família mora no município de Rodrigues Alves, distante 627 km da capital Rio Branco.
"Eu não sabia que o inseto passava essa doença, meus filhos estudaram sobre isso, mas eu nunca estudei. Meu filho e minha nora faleceram da mesma doença, mas me disseram que eles não resistiram à doença por causa de uma infecção. Fico feliz por minha filha, mas a minha tristeza é grande, meu filho era tudo para mim. Tudo o que quero agora é ficar perto da minha filha", disse.
Entenda o caso
No último dia 12 deste mês, a Saúde confirmou que a doença de chagas pode ter sido contraída através do açaí – quando o barbeiro é moído, por engano, juntamente com o fruto. Carmelinda Gonçalves, chefe do setor, falou que essa forma de transmissão é mais agressiva e, por isso, tenha resultado na morte de Celiana e do marido Francisco da Costa.
A casa onde o casal morava passou por uma pesquisa entomológica, procedimento que verifica a presença do barbeiro. De acordo com Carmelinda Gonçalves, responsável pelo setor de controle da doença de chagas e leishmaniose no Acre, não foi detectada a presença do vetor no local
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