Alunos fazem pedágio para reforma em escola pública
Demora exigiu medida prática dos estudantes
Em uma das avenidas mais movimentadas da Capital, estudantes de uma escola pública resolveram promover “pit stop”, para arrecadar dinheiro. O propósito, segundo o cartaz que seguravam, era juntar dinheiro para reformar a escola. Uniformizados, eles andavam entre os corredores de veículos intercedendo por auxílio financeiro.
Segundo uma das alunas, a ação fazia parte de uma gincana promovida entre as turmas, com objetivo final de reformar espaços da escola.
De acordo com o diretor da escola, os alunos não foram autorizados a pedir dinheiro no semáforo em prol da reforma da unidade de ensino. Contudo, o ato dos estudantes expôs uma série de problemas.
Portas, janelas e telhado quebrados, rachaduras nas paredes e estrutura geral precária. O auditório, com capacidade para mais de 100 pessoas está fechado por que, de tão deteriorado, não tem condições de receber os alunos. O mato se espalha pelo quintal do prédio, porque não há recursos suficientes para manter o local limpo.
Vanderley Rocha assumiu a escola Dr. João Batista Aguiar há pouco mais de 2 meses e está contando com a ajuda da comunidade pra melhorar um pouco o ambiente escolar.
Recentemente, propôs uma gincana entre os alunos, mas não imaginou que eles iriam para rua, impulsionar a competição. “Foi uma iniciativa dos alunos. A escola não tinha conhecimento disso. Fizemos uma gincana para que trouxessem materiais de casa, que já haviam que pudessem ser reutilizados”, explicou o diretor.
Ele reconhece que o papel não é dos estudantes e sim do poder público. Mas, diante do caos, promover uma ação dentro da própria comunidade escolar, foi a única saída. “Não nos restou alternativa a não ser juntar a comunidade para ir fazendo reparos diante da impossibilidade do poder público fazer o serviço”, disse.
Para a professora Josineide Nogueira, o aprendizado depende de vários fatores, entre eles, as condições do próprio ambiente de ensino. “Esses problemas estruturais trazem desconforto para o aluno e dessa forma prejudica o aprendizado dele por que precisa se sentir bem para ter melhor aproveitamento nos estudos”, afirma.
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