Em dois anos, número de mortes entre crianças e adolescentes disparou no Acre
O aumento de homicídios de crianças e adolescentes tem se convertido
no calcanhar de Aquiles dos direitos humanos no Brasil por sua pesada
incidência nos setores considerados vulneráveis ou de proteção
específica: crianças, adolescentes, jovens, idosos, mulheres, negros.
Segundo relatório de violência letal contra as crianças e adolescentes
publicado ontem (4), no Acre, esse tipo de morte cresceu 81,8% em dez
anos (2003-2013) e 21,2% em dois anos (2012-2013) analisados por
técnicos da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).
Segundo o relatório, essa pesada vulnerabilidade se verifica, no caso
das crianças e adolescentes, não só pelo preocupante 3º lugar que o
País ostenta no contexto de 85 países do mundo analisados, mas também
pelo vertiginoso crescimento dos índices nas últimas décadas.
O Acre por exemplo, está entre as unidades federativas da região
norte com menor taxa de crescimento nos últimos dez anos, mas em
primeiro lugar no crescimento da violência registrado em dois anos:
2012-2013. O número de mortes disparou de 33 para 40 nos dois anos. O
vizinho estado de Rondônia fez regredir durante uma décadas os índices
de homicídios. Entre 2012 3 2013 a taxa foi menor 15,1%.
Rio Branco registrou a menor taxa de mortalidade nessa faixa em 2011,
com 8 mortes, mas voltou ao índice médio em 2013, com 19 mortes por
ano. O aumento fez a capital migrar do 23º em 2003 para 24º em 2013.
Nenhum dos operadores de segurança pública se habilitou a falar sobre
os dados alegando não conhecerem a metodologia do estudo. Fora a
capital, nenhuma outra cidade do interior aparece entre as mais
violentas do Brasil.