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Tapa em criança com Síndrome de Down foi 'automático', diz médica

Médica nega ter ofendido a criança e diz que vai acionar pais na Justiça.
Mãe da criança diz não acredita que ato foi um reflexo.

Iryá RodriguesDo G1 AC

Médica publicou nota de esclarecimento se defendendo de acusações  (Foto: Reprodução/Facebook)Médica publicou nota de esclarecimento se defendendo de acusações (Foto: Reprodução/Facebook)
Após a repercussão do vídeo em que aparece dando um tapa em uma criança de seis anos com Síndrome de Down, a médica Sirlândia Brito, de 39 anos, decidiu usar sua página no Facebook, nesta segunda-feira (26), para se defender das acusações.Ela afirma que foi "um ato automático" após sentir uma batida nas costas.
A empresária Liliane Pereira, de 31 anos, mãe do menino com Síndrome de Down, diz não acreditar que o ato foi uma reflexo. "Ato irrefletido, caberia um pedido de desculpas após ter batido na criança, coisa que não aconteceu em nenhum momento.  As provas são evidentes e o comportamento dela, diante as imagens completas, são bem nítidas. Só isso já evidencia toda a agressão", disse.
Além disso, a empresária disse que fica à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. "Eu vou onde for necessário para defender o meu filho. Esse depoimento dela é uma maneira de se defender e ela está instruída para isso. Então, digo que, até que se prove o contrário, somos vítimas e não agressores", pontua.
A médica nega as acusações dos pais da criança de ter chamado o menino de débil mental e de ter dito que ele tinha que andar amarrado.
Sirlândia diz que vai acionar na Justiça, tanto os pais do menino, como  as pessoas que, segundo ela, a destrataram e a ameaçaram.
"Percebi uma batida em minhas costas e num ato automático joguei minha mão para trás, sendo que só depois percebi se tratar de uma criança com Síndrome de Down. Minha reação não machucou a criança, nem mesmo levou a criança a chorar. Quando a mãe retornou até onde estava a criança, expliquei o que tinha acontecido, mas ela não quis conversa, chamando-me de 'louca', 'desequilibrada'", afirma a médica.
Sirlândia conta que chegou a dizer para a  mãe do menino que ela deveria educar mais o filho para que ele não ficasse batendo nas pessoas. Ela diz que o marido ainda tentou pedir desculpas e explicar para os pais da criança que tinha sido automático, mas também não foi ouvido.
Câmera flagrou momento em que médica dá tapa nas costas de menino com Síndrome de Down (Foto: Reprodução)Câmera flagrou momento em que médica dá tapa nas costas de menino com Síndrome de Down (Foto: Reprodução)
"Aumentaram os fatos dizendo que eu agi de preconceito contra uma criança com Síndrome de Down. Isso tudo para que tivesse repercussão negativa junto à delegacia e à opinião pública, já que as imagens por si só poderiam não ter a repercussão que eles desejavam. Devido às imagens divulgadas, fui chamada de tudo quanto é nome, fui ameaçada e a minha imagem está sendo enlameada publicamente", diz Sirlândia.
A médica afirma que tem vivido momentos de transtorno e sofrimento. "Sou ser humano, não sou um animal como eles quiseram fazer crer. Estou acionando também os pais que me difamaram, ameaçaram, caluniaram e me injuriaram, e incitaram as pessoas contra mim. Eles nem mesmo pararam para dialogar", concluiu a médica.
Entenda o caso
Um vídeo gravado por uma câmera de segurança registrou o momento em que a médica Sirlândia Brito agride um menino de seis anos, que tem Síndrome de Down, em uma unidade de saúde de Rio Branco.

Em entrevista ao G1 na quarta (21), a mãe da criança, a empresária Liliane Pereira, de 31 anos, contou que a família tem vivido dias de tristeza após o ocorrido. (Veja o vídeo).
O caso aconteceu há duas semana. Na gravação, a médica aparece sentada ao lado do marido. A criança surge e dá um tapa no ombro da mulher. Ela reage rapidamente com outro tapa, que atinge as costas do menino. A mulher ainda olha para a criança depois do tapa, vira o rosto e aponta para o ombro para indicar onde o garoto havia batido. Em seguida, age como se nada tivesse ocorrido.
O pai da criança, o também empresário Daniel Pereira, de 37 anos, afirmou que a família registrou um boletim de ocorrência contra a médica. "Esperamos que seja feita justiça. Estamos passando por uma semana de muitas turbulências em casa. Estamos sofrendo bastante. Esse caso mudou toda nossa rotina", concluiu.
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Família de menino com síndrome de down diz que registrou agressão de médica na polícia  (Foto: Iryá Rodrigues/G1)Família de menino com síndrome de Down diz que registrou agressão de médica na polícia (Foto: Iryá Rodrigues/G1)

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