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Superintendente do DNIT rebate deputado: “Ele é leigo e não atua em Brasília em favor da BR-364”

O superintendente do Departamento de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Thiago Caetano, (foto)rebateu nesta segunda-feira (29), as críticas feitas no fim de semana pelo deputado federal César Messias (PSB) sobre as precárias condições da BR-364. Em entrevista a uma emissora de rádio de Cruzeiro do Sul, na qual o parlamentar participou de atividades do partido, Messias criticou a lentidão do órgão em iniciar a recuperação da rodovia.
Thiago: “César Messias não tem atuado em Brasília para ajudar na liberação dos recursos necessários ao trabalho de reconstrução da obra”








Thiago retrucou o parlamentar: “Com todo o respeito que tenho pelo deputado, mas ele é leigo, e por isso não entende a complexidade técnica envolvida nessa questão. Além disso, César Messias não tem atuado em Brasília para ajudar na liberação dos recursos necessários ao trabalho de reconstrução da obra”.
Em defesa do governo de Tião Viana, Messias afirmou que a rodovia, enquanto esteve sob a responsabilidade do Deracre, contava com seis acampamentos mantidos pelo órgão estadual no trecho da BR que compreende a capital e o Vale do Juruá. “Eu já tinha avisado que no dia em que a BR-364 saísse das mãos do governo, a estrada fecharia”, disse o parlamentar.
Informado sobre o teor da entrevista, Thiago Caetano admitiu as dificuldades enfrentadas pelo DNIT, sobretudo devido ao grau e à velocidade de degradação das obras realizadas na BR nos últimos 16 anos. “A cada dia aparecem novos problemas”, afirmou.
Ele lembrou ainda que em 2015, quando o DNIT assumiu os trechos da estrada entre Sena Madureira e o Rio Jurupari, e de Tarauacá até o Rio Liberdade, o nível de degradação nesses segmentos já era grande.
“A BR-364 apresenta problemas estruturais gravíssimos. Além disso, temos a realidade do corte de recursos oriundos do Governo Federal, decorrente da crise econômica. Em alguns locais, a reparação dos erros de engenharia está orçada entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões por quilômetro, quando nossos contratos de manutenção giram em torno de R$ 60 a R$ 70 mil por quilômetro. Esse valor, claro, é muito aquém do necessário para reparar os trechos mais degradados”, disse o superintendente.
Thiago Caetano afirma também que um levantamento (ainda inconcluso) feito por técnicos do DNIT aponta a necessidade de um aporte de recursos que varia entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão para a solução definitiva dos muitos problemas estruturais existentes na obra. O problema é que no caixa, o órgão dispõe de R$ 140 milhões para iniciar os trabalhos. “Só os serviços no trecho entre Sena Madureira e o Rio Liberdade foi orçado em R$ 200 milhões”, acrescentou.
Para o superintendente, os parlamentares federais ligados ao governo do PT acreano poderiam se esforçar mais em Brasília, pressionando o Governo Federal para que sejam liberados recursos para a estrada. “Da mesma forma como faziam quando quem estava no Palácio do Planalto eram os companheiros Lula e Dilma. Se isso não ocorre, é meramente por questões político-eleitorais relacionadas às eleições estaduais de 2018”, acrescentou Thiago.
Problemas se agravam na BR-364/Foto: Wania Pinheiro/ContilNet
Pra frente é que se olha
Enquanto parlamentares como César Messias tentam responsabilizar o DNIT pela deterioração da BR-364, apesar dos 16 anos em que os governos do PT receberam recursos para a pavimentação da obra, o superintendente do DNIT no Estado afirma que assumiu o cargo disposto a “olhar para a frente”.
“Nossa meta é que a reconstrução da rodovia seja feita com bases técnicas, tendo em vista os muitos erros cometidos no passado”, assegurou.
Mesmo não confirmando a informação de que nos últimos 16 anos os governos da FPA teriam recebido da União cerca de R$ 2 bilhões para aplicar na BR-364, ele assegura que esse valor seria suficiente para manter a estrada em condições muito melhores que as atuais.
Segundo Thiago, existem mais de 40 inquéritos em curso na Polícia Federal, Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral da União para apurar aplicação de recursos oriundos de convênios firmados entre os Governos do Acre e o Federal.
Sobre as cobranças feitas ao DNIT após a mudança no comando na Presidência da República, o superintendente diz que elas são “desproporcionais” por duas razões: “A região vive o período das chuvas, e qualquer obra que fizermos corre o risco de resultar em prejuízos”, explicou. A segunda razão, bem mais grave, é que os governos do PT tiveram mais de uma década e meia – além de uma montanha de dinheiro – para construir uma rodovia que hoje apresenta gravíssimos problemas devido aos erros do passado.

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