Comerciante reclama de condições da BR-364: ‘Tive que trocar o carro pelo ônibus, absurdo’
Empresário de Cruzeiro do Sul afirma que condições da BR-364 são precárias e inviáveis. Superintendente do DNIT no Acre rebate e fala que órgão está trabalhando para resolver situação.
Por Luan Cesar, G1 AC, Cruzeiro do Sul
Quem precisa de sair de Cruzeiro do Sul para Rio Branco
por via terrestre não anda muito satisfeito com as condições da BR-364. É o
caso do comerciante André Luiz Pinheiro Gonçalves, de 38 anos, que gravou um
vídeo para mostrar as condições da via.
Ele conta que pelo menos uma vez por
semana vem à capital acreana para comprar diversos produtos. e reclama que foi
obrigado a trocar o carro pelo ônibus porque as condições da rodovia são
precárias e inviáveis.
Ao G1, Tiago Caetano, superintendente do Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), garantiu que a rodovia está
trafegável e que alguns pontos estão bem cuidados e mantidos. De acordo com
ele, apenas os trechos que estão em obras causam transtornos aos motoristas.
Ele disse ainda que a situação ocorre somente quando chove nos locais que estão
em manutenção.
Gonçalves, que há sete anos mantém a rotina de percorrer as
duas maiores cidades do Acre, afirma que já chegou a desembolsar mais de R$ 3
mil para arrumar o carro que é danificado pelos buracos e atoleiros ao longo da
BR. “A estrada está se acabando. Existem muitos declives no trajeto e os carros
chegam a cair fora da estrada. Isso traz muito medo para quem precisa usar a
via”, reclama.
O superintendente do Dnit rebate e explica que os
declínios são causados por erosões. “Quando começamos o trabalho [de
recuperação] existiam cerca de 130 delas. Como o problema é grande e não
resolvemos do dia para a noite, priorizamos os pontos mais graves. Mais de 60
erosões foram executadas. Ainda existe um número alto, mas as maiores e mais
graves já foram recuperadas ou estão nesse processo”, afirma Caetano.
O comerciante fala que a situação
piora a cada dia e diz que a estrada nunca esteve em boas condições. "Em
algumas ocasiões, a gente conseguiu trafegar com tranquilidade. Geralmente isso
dura, no máximo, três meses depois que as obras terminam. Esse é o tempo para
que os buracos comecem a aparecer de novo”, relata Gonçalves.
Tiago afirma que os pontos críticos que estavam
programados para serem restaurados já foram executados pelo DNIT. Ele fala
ainda que mais de 100 quilômetros da BR estão em boas condições de
trafegabilidade. A previsão é de que nos próximos em 15 dias mais 125
quilômetros sejam restaurados pelo órgão federal. “O trabalho é contínuo e não
para”, assegura.
Gonçalves afirma que este ano apenas
alguns trechos da BR passaram por manutenção e foram asfaltados pelo Dnit. Ele
chega a dizer que em seis meses as frentes de serviço não chegaram a asfaltar
nem 30 quilômetros. “Na situação de hoje você sai de Cruzeiro às 10h e chega em
Rio Branco meia-noite”, enfatiza o comerciante.
O superintende do Dnit rebate a acusação e diz que mais de 75
quilômetros de rodovia foram recuperados na segunda quinzena de julho, período
em que os trabalhos começaram. “A maior parte deles, inclusive, está com
revestimento [asfáltico]. Hoje dá para ir de Sena Madureira até a altura do Rio
Jurupari com o trecho praticamente todo restaurado”, finalizou.