Bebê vendido pela mãe foi encaminhado para abrigo em Rio Branco, diz Conselho Tutelar
Criança foi vendida por R$1,9 mil pela mãe e foi encontrada no município de Brasiléia. Bebê foi levado para o Educandário Santa Margarida, em Rio Branco.
Por Aline Nascimento, G1 AC, Rio Branco
O bebê de três meses
vendido pela própria mãe por R$ 1,9 mil foi levado para o Educandário Santa
Margarida, em Rio Branco. A informação foi repassada pela
direção do 1º Conselho Regional da capital acreana. O caso ocorreu no dia 3
desse mês, na capital, mas só foi denunciado à polícia no dia 5.
A Polícia Civil informou que já
ouviu a mãe e a mulher que comprou a criança. Os envolvidos aguardam o
inquérito ser concluído em liberdade. O caso é tratado com uma subtração de
incapaz.
A mãe da criança tem 16 anos e,
segundo a Polícia Civil, vendeu o filho para um casal. A mãe alegou que estava
com problemas financeiros e por isso vendeu o bebê sob a promessa que teria
livre acesso ao menino. Porém, o casal deixou a capital acreana com o bebê e a
adolescente procurou a polícia para denunciar o caso.
O bebê foi encontrado no dia 9 em um
hotel da cidade de Brasiléia, interior do Acre, com a mulher que fez a
negociação.
A conselheira Lucinaira Carvalho
disse ao G1 que uma
equipe do Conselho Tutelar de Brasiléia entregou a criança para o 1º Conselho
Regional em Rio Branco. Na capital acreana, os conselheiros aplicaram uma
medida protetiva e levaram o bebê para o abrigo.
“Aplicamos uma medida de proteção,
que está no artigo 93 e também no artigo 101, que é colocar em uma instituição.
A criança está protegida e cuidada. É uma criança muito bonita, mas isso não
justifica a venda. Criança não é mercadoria, então, não temos que aceitar essa
questão”, explicou.
Lucinaira falou ainda que a venda da
criança, além de crime, configura uma adoção ilegal. Ela diz que o caso foi
levado para a 2ª Vara da Infância e Juventude e o juiz deve decidir sobre o
destino do bebê.
“A adoção ilegal, algumas vezes, é
geradora dominada pela prática e doutrina e jurisprudência da adoção à
brasileira. A criança foi usada como mercadoria. Não tinha como se proteger ou
falar. O caso foi encaminhado ao juiz, que vai definir o destino dele [bebê]”,
complementou.
A conselheira falou também que a mãe
do bebê deve ser chamada para ser ouvida e deve ser encaminhada para algum
programa de assistência.
“Se o juiz entender, ela pode passar
por uma medida socioeducativa. A mãe pode ser chamada para que a gente aplique
uma medida de proteção para tentar compreender. Podemos encaminhar para algum
programa que tenha apoio psicológico e saber o que houve com essa família”,
concluiu.