No Acre, adultos até 49 anos que não se vacinaram na infância contra o sarampo devem ser imunizados
Acre não atingiu cobertura vacinal de 95% nos últimos três anos, segundo a Sesacre. Nova campanha de imunização contra o sarampo vai ser lançada em 4 de agosto.
Por Aline Vieira, Jornal do Acre 2ª Edição, Rio Branco
Deixar o cartão de vacina das crianças em dia é
importante, pois doenças que haviam desaparecido voltaram a assustar a
população como o sarampo, por exemplo. Os adultos, de até 49 anos, que não
foram vacinados contra a doença na infância devem ser imunizados.
O sarampo é uma doença infectocontagiosa
considerada uma das principais responsáveis pela mortalidade infantil em países
do terceiro mundo. Atualmente, o Brasil enfrenta surtos da doença em Roraima,
com 200 casos e no Amazonas com 143 casos confirmados. Em Rondônia foram
registrados, três casos suspeitos.
“O sarampo é uma doença de alta
contagiosidade que se caracteriza por febre, coriza, conjuntivite, tosse seca e
aquela vermelhidão que começa na cabeça e progride para o resto do corpo”, diz
o pediatra alergista Guilherme Pulici.
A única forma de prevenção contra o sarampo é a vacina.
Crianças com um ano devem tomar a primeira dose e a segunda deve ser aplicada
com um ano e três meses. Caso não tenha sido imunizado quando criança, adultos
até 49 anos de idade podem tomar a vacina.
“Vacinar contra o sarampo, não é só se
proteger, é uma questão de cidadania porque a gente protege toda a sociedade. É
claro que tem pessoas que tomam uma vacina, e essas são poucas, que não se
imunizam, isso é até esperado. Mas se tivermos uma cobertura de 95% da
população a gente sabe que o vírus não vai circular, pois os vacinados estarão
protegidos”, destaca Pulici.
No Acre ainda não há nenhum caso confirmado de sarampo,
mas um caso suspeito da doença passa por análise. O estado tem cerca de 11 mil
crianças que ainda não foram imunizadas devido à baixa cobertura vacinal
registrada nos últimos três anos.
A pouca procura pela vacina tríplice viral
que imuniza contra o sarampo, caxumba e rubéola é um dos principais obstáculos
enfrentados pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre).
“O estado vem tendo uma cobertura
decrescente. A cada ano a gente percebe que cada vez menos a população têm
procurado o serviço. É importante tomar a vacina, pois a pessoa vai prevenir
três doenças que são graves e podem acarretar sérios problemas para a família”,
destaca a enfermeira da equipe técnica do setor de Imunização, Núbia Campos.
Em 2015, a cobertura vacinal no Acre contra o sarampo
foi 84%, em 2016, foi de 75% e em 2017 ficou em 74%. Da série histórica
analisada pelo setor de Vigilância, o Acre atingiu a meta de 95%, estabelecida
pelo Ministério da Saúde, somente no ano de 2014.
Para fortalecer ainda mais as ações vai
ser lançada, no dia 04 de agosto, a Campanha Nacional de Segmento do Sarampo
que segue até 31 de agosto.
“Essa campanha está disponibilizada para população de
1 a menor de cinco anos. Os pais devem estar atentos e levar os filhos mesmo
que já tenham sido vacinados e procurar a unidade de saúde com a carteira de
vacinação dessas crianças. Com isso vai ser avaliada a necessidade de ser
tomava a vacina ou não”, explica a enfermeira.