Cerca de 20 mil famílias no AC podem ser prejudicadas com extinção do Fundo da Amazônia
Fundo da Amazônia recebe doações de países como Alemanha e Noruega para ações contra desmatamento no Brasil. Membros do comitê no Acre falam de preocupações sobre a extinção do Cofa.
Por Guilherme Barbosa, Jornal do Acre 2ª edição
Cerca de 20 mil famílias no Acre
podem ser prejudicadas com a extinção do Comitê Orientador do Fundo da Amazônia
(Cofa). A extinção do Cofa é consequência de uma decisão tomada em abril pelo presidente Jair
Bolsonaro de extinguir centenas de órgãos colegiados ligados à administração
pública.
O ato determinou a extinção, a partir
de 28 de junho, de conselhos, comissões, fóruns e outros denominações de
colegiados da administração pública.
O comitê estabelece as diretrizes e
critérios do Fundo Amazônia, que tem um orçamento bilionário vindo de doadores
internacionais para ações ambientais.
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A existência do comitê é uma condição para garantir a existência
do fundo e a liberação do dinheiro. No Norte, todos os estados recebem
recursos. Segundo Joci Aguiar, que é membro do comitê, no Acre cerca de 20 mil
famílias podem ser prejudicadas, caso seja aprovada a extinção do comitê.
“Os doadores já se manifestaram que não
abrem mão do espaço de governança, que é contratual. Quebrando o contrato,
significa dizer que o governo brasileiro está dizendo: ‘não quero mais receber
esses recursos para trabalhar o desmatamento no Brasil'", complementa.
O Comitê Orientador do Fundo da Amazônia
estabelece os critérios e recebe doações para ações de prevenção ao
desmatamento no Brasil desde 2008. A Alemanha e a Noruega são os principais
doadores.
"Com isso, doadores, principalmente
a Noruega, retiram os recursos do Fundo Amazônia, inclusive os que estão em
conta, mas não foram comprometidos. Isso compromete a execução de alguns
projetos de desenvolvimento sustentáveis, que já estão sendo executados, tanto
pelos estados como pelas organizações não governamentais", lamentou.
Agora, os membros do comitê aguardam uma
resposta do governo federal para poder se posicionar após o Ministério do Meio
Ambiente apresentar as novas propostas para o tema.
"Está sendo
construído apenas no gabinete do ministro, não é socializado, e quando tomarmos
conhecimento da contraproposta e qual o tamanho que podem deixar o Cofa vamos
ver as medidas que vamos tomar", frisou.