Governo lança o Médicos pelo Brasil para substituir o Mais Médicos
Novo programa de saúde é aberto a médicos brasileiros e estrangeiros formados fora, desde que façam o Revalida. Salários vão de R$ 12 mil a R$ 31 mil.
Por Jornal nacional
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O Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira (1º) o programa
para substituir o Mais Médicos.
Comunidades
ribeirinhas, aldeias indígenas e áreas rurais muito distantes vão ser as
prioridades: 55% das 18 mil vagas serão em municípios do Norte e Nordeste, em
áreas mais pobres.
O programa Médicos
pelo Brasil é aberto a médicos brasileiros e estrangeiros formados lá fora,
desde que façam o Revalida, o exame que permite que um diploma obtido no
exterior seja reconhecido no Brasil.
Quem entrar para o
programa vai substituir aos poucos quem está hoje no Mais Médicos. O ministro
da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a expectativa é que essa troca
ocorra até o fim de 2020.
“Durante um tempo, nós
vamos ter uma sobreposição. Nós vamos conviver com o programa anterior e o
programa novo, porque eu não vou anular a lei anterior de uma vez, senão eu
poderia criar um vácuo, um vazio até se fazer todo o processo seletivo. Então,
a gente vai coexistir. A gente vai gradativamente desligando o vínculo
anterior”, explicou.
Só vai poder concorrer
a uma vaga quem já tem o CRM, o registro no Conselho Regional de Medicina. O
Mais Médicos priorizava profissionais com CRM, mas preenchia o restante das
vagas com quem não tinha o registro.
O novo programa também vai mudar a forma de seleção. Antes,
bastava fazer a inscrição na internet. No Médicos pelo Brasil, o candidato vai
ter que fazer uma prova escrita e, quem for aprovado, já vai poder trabalhar,
mas será obrigado a passar por um curso de especialização em medicina da
família nos primeiros dois anos.
Essa especialização será feita em uma
faculdade a distância e, nesse período, o médico será considerado um bolsista.
O valor da bolsa será de R$ 12 mil, mas pode chegar a R$ 18 mil com gratificações
para quem estiver em um local muito distante como, por exemplo, uma aldeia
indígena.
Depois da especialização, o médico vai
ser um prestador de serviço público, contratado com carteira assinada,
submetido às regras da CLT. Os salários variam de acordo com o tempo de
trabalho no programa e com gratificações. Começa em R$ 12.600 e pode chegar a
R$ 31 mil para quem atingir dez anos de trabalho e tiver direito a todas as
gratificações possíveis.
A medida provisória com essas mudanças
foi assinada nesta quinta-feira (1º) no palácio do Planalto. Para virar lei, o
texto precisa ser aprovado pelo Congresso em até 120 dias. O edital com as
primeiras vagas deve ser publicado em outubro.
O Conselho Federal de Medicina disse que
o Médicos pelo Brasil faz correções importantes no sistema e contratações.
“Ele tem regime celetista, ele tem
segurança do trabalho, ele tem férias, tem 13º, aposentadoria. Ele pode ir e
vir para onde ele quiser. Os médicos todos são médicos com registro no Conselho
Regional de Medicina”, disse o vice-presidente do CFM, Mauro Ribeiro.