AC é 2º estado com maior índice de superlotação em internação de menores infratores, aponta CNMP
Levantamento aponta que no estado faltam mais de 250 vagas de internação em unidades socioeducativas. Entre janeiro e agosto de 2018, havia 271 vagas, com ocupação real de 523 internos.
Por Iryá Rodrigues, G1 AC — Rio Branco
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/Q/K/uu5lTXQQuBhCDhndgAHg/71752207-2f32-4482-a1ba-3f0d386cb8e6.jpg)
Faltam mais de 250 vagas de internação por prazo indeterminado
em unidades de atendimento socioeducativo no estado do Acre, de acordo com o
estudo divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Conselho Nacional do Ministério
Público (CNMP).
O G1 entrou
em contato com o diretor do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE), Rogério
Silva, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.
Conforme o
levantamento, o Acre aparece em 2º lugar no ranking dos estados com maior
índice de superlotação em unidades socioeducativas, com 92,9%. Ficando atrás
somente de Pernambuco, que apresentou índice de 109,23%.
O número considera o
déficit de vagas em locais superlotados. Entre janeiro e agosto de 2018, havia
um total de 271 vagas, com uma ocupação real de 523 internos.
O levantamento,
chamado de “Panorama da Execução dos Programas Socioeducativos de Internação e
Semiliberdade nos Estados Brasileiros”, foi feito por um grupo do CNMP com base
em dados fornecidos pelos órgãos estaduais de atendimento a jovens infratores.
No Brasil, entre
janeiro e agosto de 2018, havia um total de 16.161 vagas em unidades
socioeducativas, com uma ocupação de 18.086 internos. No mesmo período, 2.011
jovens haviam sido condenados à internação e aguardavam vaga.
O estudo encontrou
mais internos do que vagas em 12 estados, e a média nacional da superlotação
ficou em 11%.
Os
números acima dizem respeito apenas à internação por prazo indeterminado, que
ocorre em consequência de atos infracionais graves, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, ou ainda pela reiteração de outras infrações graves. O
prazo máximo de internação é três anos.
O estudo
aponta ainda que o tempo médio de duração da medida socioeducativa de
internação no Acre chega a 31,50 meses. Segundo análise do CNMP, o tempo médio
de internação acima de dois anos pode estar contribuindo para a superlotação do
sistema.
O estudo do
CNMP também mediu o custo médio por socieducando nos estados. No Acre, o custo
está abaixo de R$ 2 mil. O Distrito Federal foi o que reportou custo mensal
mais elevado para a medida de internação, ultrapassando os R$ 16 mil.