Feijó, cidade com maior número de focos de queimadas no Acre conta com brigadistas voluntários
Grupo existe desde o ano passado e reforça combate junto ao Corpo de Bombeiros. Ideia partiu de servidor público que perceber a necessidade de uma brigada na cidade.
Por Tácita Muniz, G1 AC — Rio Branco
Dados
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que Feijó, no
interior do Acre, é a cidade do estado com mais acumulado de focos de calor,
considerando 1º de janeiro a 2 de novembro deste ano.
O Acre ocupa o 7°
lugar no ranking com 9.053 focos de queimadas dentro da Amazônia Legal. Feijó
aparece com o maior número de focos, com 1.552; logo em seguida aparece Sena
Madureira, com 1.086 focos de calor e Tarauacá, com 1.014.
Foi vendo a
necessidade de um reforço no combate às queimadas que o servidor público José
Carlos, de 39 anos, criou o grupo de brigadistas na cidade.
Os 17 brigadistas
foram capacitados e formados pelos bombeiros da cidade e reforçam as ações de
combate e conscientização.
“Nosso trabalho vem
desde o ano passado. Essa brigada foi um pedido meu, porque cidade precisava de
uma brigada de incêndio e mandei um documento para o quartel do Corpo de
Bombeiros. O nosso ofício foi atendido e formamos 17 brigadistas”, conta.
Desde o ano passado,
os brigadistas se revezam em grupos de 4 pessoas que ficam na corporação das
14h às 19h. Em contraponto, eles recebem apenas uma cesta básica no valor de R$
200 a R$ 300 por parte da prefeitura.
“Ainda não somos
beneficiados com dinheiro, mas fazemos a orientação e conscientização de forma
voluntária. Onde tem foco de queimadas, a gente conversa com a família tanto na
área urbana como rural e encontramos vários focos criminosos”, diz.
O
representante da Brigada de incêndio florestal de Feijó também diz que a queima
do solo ainda é cultural na cidade, o que acaba interferindo nos altos números
registrados.
“A gente percebe que as pessoas mais
velhas ainda têm esse costume de fazer queimadas, então a gente orienta, vai
também nas escolas, conversa e fala sobre como isso prejudica o meio ambiente e
até a saúde pública."
O Corpo de Bombeiros da cidade conta
com 12 militares e mais o reforço dos 17 brigadistas. O comandante em
exercício, tenente Ocimar Farias, diz que no período de estiagem é necessário e
crucial esse reforço.
“Desde junho, atendemos mais de 85
ocorrências, temos aí uma média de 17 ocorrências por dia. Claro que tem mês
que é bem mais crítico, como agosto, por exemplo. Este período de estiagem na
nossa região tem muita ocorrência desse tipo de incêndio florestal e é
importante termos o suporte dessas pessoas treinadas que atuam junto com o
Corpo de Bombeiros”, diz.