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Economia: Couro vegetal é alternativa ecológica e de geração de renda


"A descoberta foi levada a comunidades extrativistas acreanas, que passaram a contar com uma nova forma de renda
DCI
Há cerca de duas décadas, Francisco Samonek, professor da Universidade Federal do Acre, combinou técnicas de saber popular com tecnologias de uso industrial e criou o couro vegetal ou a nova borracha da Amazônia a partir do látex extraído da seringueira. A descoberta foi levada a comunidades extrativistas acreanas, que passaram a contar com uma nova forma de renda, ajudando a conter o avanço dos desmatamentos e da agricultura intensiva na região.A descoberta foi classificada como tecnologia social Encauchados de Vegetais da Amazônia e é desenvolvida pelo Polo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais Bolsas (Poloprobio), organização não governamental criada para disseminar a técnica junto a populações de terras indígenas e unidades de conservação e uso sustentável do solo.Agraciada com reconhecimentos como o Prêmio Professor Samuel Benchimol, do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comercio (MDIC), em 2006, e o Prêmio da Fundação Banco do Brasil (2007), a tecnologia é de fácil transferência e com baixos custos de produção por não usar energia elétrica.A metodologia chegou ao município de São Francisco do Pará há dois anos. A região é rica em seringais. Samonek e sua esposa disseminaram a tecnologia social aos ribeirinhos.No estande Empreendedorismo Étnico, na Feira do Empreendedor em Belém, os produtos em couro vegetal estão em exposição e fazem sucesso. Camisetas pintadas com desenhos indígenas a látex e peças de couro vegetal, como bolsas, porta-lápis ou papéis, embalagens para presentes e mochilas, agradam o público visitante.“Esses produtos são feitos por 40 artesãos de São Francisco do Pará”, informa Daiane Dourado, da comunidade ribeirinha, presente no estande. Sobre os desenhos e grafismos indígenas, Daiane diz que eles são de domínio público, assim como os motivos da cerâmica marajoara. “Várias comunidades pintam motivos indígenas”, argumenta. Em Santarém, um novo grupo começa a ser estruturado e deve desenvolver produtos de couro vegetal em breve. “Onde houver terras, seringais e artesãos, a técnica do látex pode ser aplicada e gerar renda às comunidades”, justifica Daiane.No momento, a tecnologia social da nova borracha da Amazônia é desenvolvida em 28 unidades produtivas implantadas nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia por 370 índios Kaxinawá, Shanenawa, Kaxarari e Apurinã e por 150 seringueiros que vivem em unidades de conservação, projetos de assentamento da agricultura familiar e reservas particulares.Quinhentos e vinte postos de trabalho foram gerados e 20 novos produtos lançados. A agregação de valor no couro vegetal equivale a 25 vezes o da borracha fabricada pelo processo convencional, conforme material informativo do Projeto Encauchados de Vegetais da Amazônia do Poloprobio, apoiado pelo Sebrae, Petrobras, Financiadora de Projetos (Finep), Fundação Banco do Brasil e outras instituições parceiras".
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