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Em crise financeira, prefeito do Bujari diminui R$ 2 mil do próprio salário

Tonheiro Ramos afirma que secretários também vão sofrer redução.
Prefeito do município diz que 25 comissionados devem ser demitidos.

Caio FulgêncioDo G1 AC
Prefeito do Bujari Raimundo Gomes o "Tonheiro" anuncia a 9ª feira do peixe (Foto: Caio Fulgêncio / G1)Prefeito do Bujari, Ronheiro Ramos, diz que cortou
R$ 2 mil do próprio salário (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
Com problemas financeiros na gestão, Tonheiro Ramos, prefeito do Bujari, município distante 22km de Rio Branco, afirma que vai diminuir o próprio salário em R$ 2 mil, a partir do final deste mês, quando o caso deve ser analisado pela Câmara de Vereadores. Segundo ele, o secretariado também deve sofrer alterações na remuneração. E, ainda, em torno de 50% do quadro de comissionados deve ser exonerado.
O prefeito explica que, caso seja aprovado pelos vereadores, seu salário passará de  R$ 9 mil para R$ 7 mil. Para alguns dos secretários, o salário vai baixar de R$ 3.600 para R$ 2.800. O restante deve receber apenas pela função que desempenhavam como funcionário público. Os dois secretários adjuntos que atuam no município também serão exonerados.
"Vamos fazer alguns ajustes, mas o que está certo é a redução do meu salário em R$ 2 mil, para este mês de janeiro. Temos nove secretários e dois adjuntos. Eles vão assumir a secretaria pelo salário de carreira, como funcionário público, e não de secretário. Os adjuntos serão exonerados. É uma questão que já está encaminhada", fala.
O prefeito afirma também que as possíveis exonerações vão ocorrer somente sobre cargos comissionados, totalizando em torno de 25 pessoas. "Vamos afastar em torno de 50% dos comissionados até que possamos restabelecer as economias. Não são funcionários de carreira.Tudo o que estamos fazendo é para proteger as pessoas que têm um contrato permanente", garante.
Ramos explica que as medidas são tomadas por causa, sobretudo, de diversas dívidas trabalhistas que o município contraiu em gestões anteriores que, atualmente, totalizam R$ 3 milhões. Além disso, o município deixou de receber, desde o início deste ano, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM)."O motivo dessas medidas são as dívidas trabalhistas e o sequestro do FPM. Estamos zerados, sem nenhum centavo, do FPM do mês de janeiro", acrescenta.
Devido ao corte do FPM, o município também enfrenta problemas com a coleta de lixo, já que o veículo destinado ao serviço está quebrado e não existem recursos para cobrir o conserto de R$ 5 mil. Ele explica que, devido ao fim do lixão na cidade, os resíduos são transportados para a Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos (Utre). O lixo está sendo transportado em um caçamba.
"Na verdade, não tem recurso para dar manutenção do carro. Estou com um caminhão de lixo quebrado, que custa R$ 5 mil. Rodo 120 km para poder levar todo o lixo para a Utre de Rio Branco. A maior dificuldade é que o caminhão está quebrado e eu não tenho recurso para consertar. Estou levando numa caçamba e o custo é muito mais alto", diz.
Ao G1, o coordenador da Associação dos Municípios do Acre (Amac), Marcus Frederick Lucena, disse que "a dificuldade das prefeituras acreanas é real". Ele explicou que, devido à baixa arrecadação, os municípios acabam não conseguindo cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que determina o gasto máximo para pagamentos de funcionários. Ele disse ainda que os municípios de Cruzeiro do Sul e Tarauacá já chegaram a demitir, juntos, 330 servidores comissionados.

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