Família vive na miséria no Belo Jardim I
Desempregado, casal vive condenado pela miséria
Hélio Carmo da Silva e Edna Conceição da
Silva têm 32 anos de sofrimento. Eles vieram recentemente de Cruzeiro
do Sul já espantados pela miséria. A Capital, como tantas outras, serviu
ao casal como uma possibilidade de melhorar a sobrevivência.
Sobrou-lhes o bairro Belo Jardim I. A
região é destaque pela violência. Mas, o que pode ser considerado
violência a um pai de família que tem a oferecer como janta aos três
filhos uma água salgada com sobras de um almoço já empobrecido?
Ao tirar a panela amassada, aquecida em
um fogareiro improvisado, o olhar de Hélio aos filhos chega a
constranger. Os meninos, espertos como as crianças de 4, 8 e 10 anos,
não escondiam o constrangimento. O que os levava a uma estranha quietude
diante das câmeras.
O colchão coletivo acolhe a todos em um
relento escondido por restos de madeira e papelão. A rotina de catadores
de lata ainda não foi observada por nenhum programa de distribuição de
renda.
A rotina de pobreza e miséria do Belo
Jardim faz com que a situação de Hélio, Edna e os três filhos se
misturem à paisagem de um lugar com a ausência quase plena do poder
púbico.
Os três meninos não estão matriculados
em nenhuma escola. Um novo ciclo de pobreza e miséria pode estar sendo
iniciado em dose tripla.
agazeta.net