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Jovem com câncer recebe medula do irmão: 'ele me deu o direito de viver'

Kevin doou medula à irmã após exame de compatibilidade dar positivo.
'Recomeço da minha vida', comemora a jovem internada em São Paulo.

Quésia MeloDo G1 AC

Kevin Oliveira doou medúla à irmão Evely que foi diagnosticada com Síndrome Mielodisplásica em abril deste ano (Foto: Evelyn Oliveira/Arquivo Pessoal)Kevin Oliveira doou medúla à irmão Evely que foi diagnosticada com Síndrome Mielodisplásica em abril deste ano (Foto: Evelyn Oliveira/Arquivo Pessoal)
Após criar no Facebook a página "Procuro um amigo oculto para toda a vida", a jovem Evelyn Oliveira, de 21 anos, finalmente recebeu a medula que tanto esperava. A estudante foi diagnosticada com Síndrome Mielodisplásica, ou câncer na medula, em abril deste ano.  Para surpresa dela, o transplante veio do próprio irmão Kevin Oliveira, de 24 anos, que se mostrou 100% compatível após mais de dois meses de espera.
"Se eu fosse esperar por outro doador, acho que não estaria mais aqui. Tudo depende da gravidade da doença e a minha já estava bem avançada. Serei eternamente grata pelo meu irmão, pela existência dele. Ele salvou minha vida, é meu anjo. Agora eu sou um pedacinho dele fora do corpo, ele me deu o direito de viver", afirmou a jovem, que mora no Acre.
O transplante ocorreu em 23 de agosto, mas a pega modular - o momento em que a medula já consegue produzir as células do sangue em quantidades suficientes e não há rejeição - ocorreu somente em 8 de setembro.
Atualmente, ela está com 33 dias de transplante. A jovem permanece internada e em recuperação no Hospital São Camilo, em São Paulo.
"Nossa! Vimos a vida passar pela nossa frente. Muitas pessoas que estavam ao nosso redor se comoveram, até os próprios médicos. Era o recomeço da minha vida. Foram 123 ml de medula pura, menos que um copo d'agua. Como eu estava muito debilitada, teria um período de recuperação, exames e melhoras das infecções. Pois, o paciente precisa estar estabilizado ao fazer o transplante para aguentar toda a quimioterapia e a infusão da nova medula", explicou.
Evelyn espera receber alta após dois meses e voltar para casa no Acre (Foto: Evelyn Oliveira/Arquivo Pessoal)Evelyn espera receber alta após dois meses e voltar para casa no Acre (Foto: Evelyn Oliveira/Arquivo Pessoal)
Durante as campanhas no Facebook, enquanto aguardava o resultado de compatibilidade do irmão, que demorou ao menos 20 dias, Evelyn pediu doações de sangue - ela estava fazendo transfusão de duas bolsas de sangue a cada 15 dias. Na época, foram feitas 14 transfusões, 12 enquanto ainda estava internada em Rio Branco.
Feliz com a recuperação, ela diz que deve permanecer por ao menos dois meses em São Paulo fazendo exames até ser liberada e poder voltar para casa, no Acre. Além disso, Evelyn sonha em voltar a praticar jiu-jítsu. Ela relembra que chegou ao hospital sem andar e hoje faz exercícios de pilates e fisioterapia todos os dias.
Apesar do transplante, ela vai continuar com a página no Facebook e pede que outras pessoas não desanimem na busca por um doador compatível.
"O conselho que eu dou é que não desistam de viver, que não se entreguem a doença e que não pensem negativamente. Tem que ter muita fé e algo para se apoiar e acreditar. A parte familiar também é muito importante, assim como os verdadeiros amigos. Quero pedir também que quem ainda não fez o cadastro para doação que faça quando possível", afirmou.
Evelyn ao lado da equipe responsável pelo transplante de medula óssea (Foto: Evelyn Oliveira/Arquivo Pessoal)Evelyn com a equipe que cuida dela após o transplante de medula óssea (Foto: Evelyn Oliveira/Arquivo Pessoal)

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