Revista relata drama de Miss do Acre diagnosticada com câncer e alerta para as jovens do país
A modelo Gislene Charaba, de 30 anos, foi Miss Acre em 2003 e candidata no concurso Bela da Torcida, representando o São Paulo, em 2014. Mas desde 2016, suas forças estão concentradas em outro desafio: A luta contra um câncer de mama. Porém, é nas redes sociais que a moça alerta suas seguidoras sobre a doença e relata passo a passo de como vem realizando o tratamento em São Paulo em meio a severas dificuldades financeiras.
As postagens da morena chamou atenção da imprensa na semana passada ao falar sobre a dificuldade de quem não possui plano de saúde e da demora nos primeiros exames no Sistema Único de Saúde (SUS). Gi, como é popularmente conhecida, teve sua história contada e detalhada nas páginas da famosa Revista Vogue desse domingo (21).
“Em março de 2015, senti um caroço nos seios, mas não dei muita atenção. Nunca fiquei doente… Até que nasceu uma mancha no meu peito esquerdo. Sem plano de saúde, consegui uma vaga de filatropia no Hospital Sírio Libanês, em 2016. O tumor da mama já estava com 5cm e, com a ajuda de diversos outros exames, uma metástase óssea foi constatada. O tumor estava crescendo há dois anos. Depois que fui diagnosticada, meu mundo caiu. Fiquei chocada e só fazia perguntas estéticas ao médico. Eu era modelo, trabalhava com o corpo!”, relatou ela a jornalista Thalita Peres.
No instituto do Câncer de SP, Gi realizou 12 sessões de quimioterapia durante quatro meses. A medida que cumpria com o tratamento, recebeu a notícia que o tumor estava diminuindo. Porém, o tratamento não acabou. Gislene vai fazer 30 radioterapias e tomar medicação por mais dez anos para tirar o residual da doença.
“Depois de 14 dias da primeira sessão, tufos de cabelo caíram da minha cabeça. Tive que raspar. Eu chorava no banheiro, não me olhava no espelho. Cheguei a usar uma prótese colada a cabeça para não me ver careca… (…)A metástase estava no osso externo e não diminui com a quimioterapia. Fizemos uma cirurgia complexa de 11 horas, mas que ficou perfeita: os cirurgiões retiraram 78% do osso esterno pelo corte do peito, além de esvaziar a axila, tirar nove linfonodos, e rodaram o músculo das costas para eu ter seio”.
No decorrer da reportagem, a modelo que também foi dublê de corpo de Ivete Sangalo, disse que os médicos fizeram previsões de que ela não poderia ter filhos e entrar na menopausa, aos 30 anos, forçada. “Tem coisas que só quem conviveu com a doença sabe, como mudar a pasta de dente por causa do gosto. Só quem passa por isso sabe…”, disse.
A dificuldade financeira, porém, faz com que a modelo não consiga ficar muito tempo parada. Os remédios são caros, assim como o tratamento. Além disso, tem as despesas diárias e pagamentos de contas.
“Tinha uma grana guardada pra comprar meu apê. Estou vivendo com ela e com a ajuda de umas pessoas. Principalmente da ‘Fruit de la Passion’ (marca famosa de lingerie). No SUS ganho os coquetéis, mas vitaminas e auxiliares não tenho. Se antes da doença vivia com R$ 7 mil, agora tenho R$ 2,5 mil de ajuda e doações. Gasto praticamente tudo com aluguel, contas e ainda tiro um pouco da minha poupança”, contou.
Por fim, a musa afirmou que após a batalha contra o câncer quer voltar a trabalhar. O que vende é saúde, corpo sarado, bronzeado. Mesmo sem aparentar muito, a doença está em mim, mas eu quero trabalhar. Posso fotografar, desfilar. Tenho um caminho longo de tratamento pela frente e se eu não conseguir me manter em São Paulo, não conseguirei terminar o tratamento. Ainda tem a cirurgia e radioterapia”, concluiu.
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